Luiz Humberto Monteiro Pereira
Agência AutoMotrix
Com a pandemia da Covid-19, os emplacamentos de veículos no Brasil despencaram em abril e maio e, a partir de junho, gradualmente começaram a se recuperar. De lá para cá, situações inusitadas aconteceram. O ranking nacional de vendas de automóveis foi liderado pela primeira vez por um utilitário esportivo – o Volkswagen T-Cross, em julho – e depois por uma picape – a Fiat Strada, em setembro. Mas, apesar dos picos de vendas surgidos em segmentos incomuns, algo não mudou – o Onix se mantém como o carro mais vendido do ano. No acumulado de 2020, o hatch da Chevrolet emplacou cerca de 105 mil unidades de janeiro a outubro, pouco mais de 10 mil unidades mensais. Ainda distante de 2019, quando vendeu mais de 20 mil unidades mensais, porém o suficiente para confirmar a liderança ostentada desde 2015. Na linha Onix, a versão topo de linha é a 1.0 Turbo Premier, que protagoniza as campanhas publicitárias do hatch da Chevrolet e briga com compactos em configurações bem “recheadas” de equipamentos, como o Volkswagen Polo Highline 200 TSI e o Hyundai HB20 Diamond, ambos com motor de três cilindros 1.0 turbo.
O Onix utiliza a plataforma chinesa GEM, apresentada no Brasil em setembro do ano passado, no lançamento do sedã Onix Plus. Segundo a General Motors, ela foi reforçada com aços mais resistentes para otimizar a segurança, também aumentada pelos seis airbags de série para todas as versões. O novo Onix foi submetido ao teste de impacto pelo Latin NCAP e recebeu cinco estrelas na proteção para adultos e crianças. Um avanço notável em relação ao teste feito em 2017 com a geração anterior, que não recebeu nenhuma estrela. Com seus 4,16 metros de comprimento, 1,74 metro de largura, 1,47 metro de altura e 2,55 metros de distância de entre-eixos, a nova geração do Onix apresentada há um ano ficou 23 centímetros mais comprida, quatro centímetros mais larga, ganhou dois centímetros no entre-eixos e manteve a altura do modelo antigo – que continua a ser comercializado na configuração básica, com o nome de Joy.
Em termos de design, a frente é larga, com uma grade maior que a da geração anterior e para-brisa bastante inclinado. Os faróis tornaram-se mais afilados, e a configuração Premier incorpora projetores nos faróis e nas luzes diurnas no para-choque, assim como a iluminação de leds nas lanternas. Os repetidores de seta não ficam nos retrovisores, porém, nos para-lamas. Na traseira, as lanternas são trapezoidais e protuberantes e há um elegante aerofólio na parte superior. Apesar das dimensões aumentadas, o porta-malas diminuiu em relação ao antigo Onix, caindo de 289 para 275 litros de capacidade, devido às caixas de rodas maiores. A tampa do porta-malas só abre pelo comando da chave ou pelo acionamento de uma tecla no painel. As rodas são de liga leve de 16 polegadas, calçadas com pneus 195/55 R16.
Design é importante, no entanto, a grande atração da versão Premier do Onix está escondida sob o capô. Também adotado na configuração “top” do Onix Plus, o motor é um 1.0 turbo flex com três cilindros e 12 válvulas, que conta com sistema multiponto com bicos injetores pré-aquecidos, sem injeção direta de combustível – uma tendência entre os propulsores mais modernos. Entrega potência de 116 cavalos (com gasolina e etanol) a 5.500 rpm e torque máximo de 16,3 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol, sempre a 2 mil rpm. O motor trabalha associado a uma transmissão automática de 6 velocidades com opção de troca manual de marchas na manopla. Nos testes do Inmetro, em ciclo urbano, o modelo obteve 13,9 km/l com gasolina e 9,9 km/l com etanol, enquanto na estrada atingiu 16,7 km/l com gasolina e 11,7 km/l com etanol. Para economizar combustível, o compacto usa sistema start/stop, que desliga automaticamente o motor em paradas temporárias.
Na linha 2021, o Onix traz de série na versão Premier o MyLink 3, com tela LCD tátil de 8 polegadas, integração sem fio com smartphones por meio do Android Auto e Apple CarPlay, rádio AM/FM, função áudio streaming, Bluetooth para até dois celulares simultaneamente e entrada USB no console. Tem ainda duas entradas USB para quem senta no banco traseiro. O sistema disponibiliza câmera de ré e carregador Wireless (sem fio). O Wi-Fi 4G nativo viabiliza conexão com a internet a bordo – o pacote de dados básico parte de R$ 29,99 mensais. A versão oferece o sistema de concierge OnStar, com mensalidade de R$ 89,90. A lista de equipamentos de série inclui ar-condicionado, assistente de partida em aclive, computador de bordo, controle eletrônico de estabilidade e tração, controles do rádio e telefone no volante, direção elétrica progressiva, painel de instrumentos de 3,5 polegadas digital TFT, sensor de estacionamento traseiro, sistemas de fixação de cadeiras para crianças e de monitoramento de pressão dos pneus, coluna de direção com regulagem em altura e profundidade, acendimento automático dos faróis por meio de sensor crepuscular, câmera de ré, abertura das portas por sensor de aproximação da chave e partida por botão.
A nova geração do Onix encareceu mais de 10% desde o seu lançamento no Brasil, há um ano. Atualmente, a versão Premier do hatch tem preço inicial de R$ 77.090, nas cores metálicas Preto Ouro Negro ou Laranja Tiger (a do modelo testado). A cor sólida Branco Summit acrescenta R$ 750 e as outras opções metálicas Prata Switchblade, Vermelho Carmim ou Azul Seeker somam R$ 1.600 à fatura. Os pacotes de opcionais R7M e R7R (ambos custam R$ 3.200) acrescentam itens como alerta de ponto cego, ar-condicionado com controle eletrônico de temperatura e sistema automático de recirculação, bancos com acabamento premium, sistema de estacionamento automático, sensor de estacionamento dianteiro e lateral e acabamento interno nas cores preto e caramelo – há opção de preto e cinza.
Experiência a bordo e ambiente aprazível
Em relação à geração anterior do Onix, o ângulo de posição do volante melhorou e, com regulagem tanto de altura quanto de distância, ficou fácil de ajustá-lo. Os bancos dianteiros dão razoável suporte às costas, porém, os assentos são um tanto curtos e os apoios de cabeça são inteiriços, sem ajuste de altura. Quem anda atrás tem mais espaço para as pernas e para os ombros, contudo, não tem uma saída de ar-condicionado.
No habitáculo, predominam plásticos duros, mas as texturas com formas geométricas ampliam a sensação de modernidade, com detalhes cromados que reforçam o requinte. O volante revestido em couro conta com ajuste de altura e distância e incorpora os comandos para o controlador de velocidade, o computador de bordo e o sistema multimídia. Na linha 2021, a tela do multimídia cresceu de 7 para 8 polegadas.
Impressões ao dirigir e dinamicamente eficiente
O motor 1.0 turbo Ecotec, com três cilindros e 12 válvulas, confere ao Onix habilidade de sobra para circular com total desembaraço, tanto na cidade quanto na estrada. É silencioso e viabiliza retomadas de velocidade decentes – nada que possa ser chamado de esportivo, no entanto, atende à proposta do modelo. Quando o motorista pisa fundo no acelerador, a reação não é tão imediata por que a injeção não é direta. Entretanto, o turbo logo mostra a que veio e o carro dispara. Em velocidade de cruzeiro, quase não se ouve o motor.
Disponível já na faixa de 2 mil giros, o torque máximo de 16,3 kgfm dá ao motor a capacidade de reagir rápido. O câmbio automático de 6 marchas é bem escalonado e não apresenta trancos. O Onix não traz borboletas atrás do volante para as trocas de marchas manuais. Elas podem ser feitas por meio de uma tecla que fica na lateral do pomo da alavanca de câmbio, na posição “L” – mas não vale muito o esforço. Quando se passa da posição “D” para a “L”, ocorre redução para uma marcha mais forte. Assim, é possível tirar proveito do freio-motor na descida, poupando os freios.
A direção do Onix conta com assistência elétrica bem ajustada. A suspensão é um tanto rígida demais e transfere boa parte das irregularidades do solo para dentro do carro. Em compensação, permite ao hatch oferecer mais estabilidade em curvas feitas em altas velocidades, embora a carroceria incline nas mais fechadas. Os freios contam com discos na frente e tambores atrás, com ABS e controle eletrônico de frenagem (EBD), e se mostraram eficientes quando são solicitados.
Ficha Técnica
Chevrolet Onix 1.0 Turbo Premier
Motor: dianteiro, transversal, três cilindros e 12 válvulas, 999 cm³, flex, turbo
Potência máxima: 116 cavalos (com gasolina e etanol) a 5.500 rpm
Torque máximo: 16,3 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol, sempre a 2 mil rpm
Transmissão: tração dianteira, com câmbio automático de 6 velocidades com trocas manuais
Suspensão: dianteira independente tipo McPherson, com barra estabilizadora, e traseira semi-independente, com eixo de torção
Rodas e pneus: liga leve de 16 polegadas com pneus 195/55 R16
Direção: do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva
Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD
Tanque de combustível: 44 litros
Porta-malas: 275 litros
Dimensões: 4,16 metros de comprimento, 1,74 metro de largura, 1,47 metro de altura, 2,55 metros de distância de entre-eixos
Peso: 1.118 quilos
Preço: inicial de R$ 77.090. A versão avaliada, com o pacote R7M (R$ 3.200), chega a R$ 80.290
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Postado por Redação, no dia 10/11/2020 - 12:27