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Denúncias no Procon sobem 28% na cidade durante a quarentena



 

Com os clientes em casa e lojas fechadas por muito tempo, a internet tornou-se um mercado ainda mais popular. E com mais pessoas se aventurando na rede, os crimes virtuais também ganharam uma nova dimensão - especialmente entre as pessoas que não possuem tanta experiência no uso das novas tecnologias. Segundo a gerente do Procon Municipal, Mariana Rafaela de Oliveira Mendes, nos últimos meses, foi observado um aumento nas reclamações de golpes aplicados pela internet e telefone, sejam eles em compras de produtos ou serviços e referentes a empréstimo com taxas de juros baixíssimas.

Mas nem todos os crimes registrados nesse período são novidade ou culpa do mau uso da tecnologia. De tempos em tempos, uma velha estratégia é ‘reciclada’ pelos criminosos e sempre deixa um bom prejuízo. É o caso do velho golpe da lista telefônica, que tem como alvos comerciantes da cidade. “Por telefone, golpistas dizem que é necessária a assinatura de um documento para a continuação da publicidade gratuita que a empresa possui em listas telefônicas ou no Google. O comerciante faz a assinatura desse documento, que em letras minúsculas informa o valor do serviço, e devolve o documento aos golpistas”, detalha. Pouco tempo depois, os golpistas começam a fazer a cobrança dos valores do “contrato”, com ameaças de protestar o documento, baixar o CNPJ, fechar o estabelecimento etc. “Muitos comerciantes fazem o pagamento e solicitam o cancelamento assim começam as cobranças pela multa rescisória com as mesmas ameaças”, conta.

Outro golpe que sempre ocorre usa como artifício a oferta de empréstimos com taxas de juros muito baixas e vantajosas para pagamento. “Antes de liberarem o dinheiro do empréstimo, os golpistas inventam custas administrativas, taxas de liberação, de cartório, de aumento de score e até mesmo cobram por designação de avalista/fiador. O consumidor vai sendo ‘levado na conversa’ e, confiando nas pessoas em que lhe atendem, acaba por fazer o pagamento dos valores”, pontua. Sobre isso, a gerente do Procon observa: “Nenhum tipo de empréstimo exige o pagamento de qualquer valor antes da liberação. Por isso, só faça os empréstimos em casos de extrema necessidade e em bancos e financeiras conhecidas”, alerta.

Para evitar prejuízos como este, a orientação de Mariana Mendes é desconfiar sempre e não assinar nada sem ler com extrema atenção: “Em todas as situações, é essencial pesquisar as fontes, a segurança dos sites, a idoneidade da empresa e se ela tem canal de atendimento ao consumidor. Não faça depósitos em contas de pessoas físicas, não clique em links enviados por rede social, ligue para o SAC ou televendas da empresa para confirmar ofertas e descontos, confirme os dados fornecidos pela empresa, como por exemplo, o CNPJ e nunca passe dados pessoais e senhas de cartão. Também é necessário ler a política de privacidade dos sites antes de clicar no “Li e aceito”, além de salvar todos os passos da compra ou contratação do serviço”, orienta. E se você se descuidou em qualquer uma dessas etapas e caiu em um golpe, a orientação é procurar a polícia, registrar um boletim de ocorrências e entrar com uma representação judicial.

Reclamações no Procon sobem 28% na quarentena

O que também chama atenção é o número de pessoas insatisfeitas com produtos e serviços. De acordo com a gerente do Procon Municipal, Mariana Rafaela de Oliveira Mendes, foram registrados 1.156 atendimentos no período de 01/01/2020 a 31/07/2020 – 252 a mais que o observado no mesmo período do ano passado: um aumento de 28%. “A pandemia interferiu diretamente nas relações de consumo em todos os segmentos. Durante o período pandêmico, os atendimentos não registrados do Procon, que são as orientações a respeito dos direitos e deveres dos consumidores, tiveram um aumento enorme. Não posso quantificar, exatamente porque não são registrados, mas a insegurança, o medo, a incerteza de seus direitos e a mudança nos entendimentos dos direitos dos consumidores pelo fato superveniente, que é uma pandemia, também foram determinantes no aumento expressivo da procura do órgão”, esclarece. 

O lado positivo é o índice de solução desses problemas. Dessas 1.156 reclamações, apenas 15 não tiveram solução amigável nos primeiros contatos com a empresa reclamada e que seguirão com os procedimentos para que haja uma efetiva solução da demanda. As outras reclamações registradas, ou seja, os 1.141 atendimentos realizados pelo órgão, no período informado, 84,03% foram solucionadas e 14% ainda estão dentro do prazo de solução do conflito.

Ranking de reclamações

No topo do ranking de reclamações está a operadora Oi, com 111 queixas, seguida pela SKY (51) e, em 3ª, empresas dos Grupos Cnova, Via Varejo e Pão de Açúcar, com 50 reclamações. Mas também houve um aumento nas reclamações relacionadas a itens que foram mais usados na pandemia. “Além das denúncias relativas ao preço de produtos de primeira necessidade, álcool gel, máscaras, gasolina e gás GLP, pudemos perceber que houve um aumento considerável nas reclamações contra as concessionárias públicas, Cemig e Copasa”, situa Mariana Mendes. No momento, queixas sobre o preço de álcool em gel e máscaras já não são mais tão frequentes.

O que também voltou à normalidade foi a rotina de atendimentos no Procon Municipal. Entre 18 de março e 15 de julho, o órgão operou por meios remotos (WhatsApp, telefone e e-mail), com reclamações registradas no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec). Desde então, a unidade retomou o atendimento presencial. “Agendamos o horário pelos nossos canais de atendimento e estamos seguindo todos os protocolos sanitários de atendimento para garantir a segurança da população e dos servidores do órgão”.

Serviço

O Procon Municipal de Con­selheiro Lafaiete integra os quadros da Secretaria Municipal de Defesa Social, e tem por objetivos principais orientar, educar, proteger e defender os consumidores contra abusos praticados pelos fornecedores de bens e serviços nas relações de consumo.

Endereço: rua Orival Albuquerque, nº 26, bairro Campo Alegre.

Horário de atendimento:  presencialmente, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, pelo Whatsapp (31) 98489-3830 ou por e-mail [email protected].

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Postado por Redação, no dia 28/08/2020 - 21:01


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