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Comunidade


Porteiro usa máscara, luvas, álcool e muita educação para combater o coronavírus



 

O mantra da pandemia é “Fique em casa”. A todo o momento, essa orientação é repetida, para que as pessoas evitem contato uma com as outras – especialmente fora do grupo familiar – protegendo-se, assim, da exposição ao coronavírus. Neste mesmo sentido, muitas empresas optaram pelo trabalho interno ou home office. Mas o que fazer se parte da sua função é, justamente, receber as pessoas e orientá-las? A resposta, segundo Ivam Marcos Margarido, 57 anos, é se proteger da melhor forma e seguir trabalhando.

Porteiro e zelador há mais de 30 anos, morador do bairro Rochedo ele chega cedinho ao edifício M. Cunha, no Centro, e antes de começar a trabalhar coloca seus EPIs: “Não acho que meu trabalho esteja mais difícil, mas tive que agregar algumas coisas. Estou usando máscara, protetor facial e luvas, além de passar álcool em gel 70 o tempo todo. Também oriento todo mundo a usar o álcool, tanto na chegada, quanto na saída. Tenho que tomar mais cuidados comigo mesmo, com os clientes que chegam e funcionários do prédio também. Antes da pandemia, o cliente chegava e eu só observava o movimento dele no prédio, em que sala ia, por exemplo. Agora, tenho que fazer um trabalho diferente”, detalha o porteiro.

Esse trabalho diferente é quase um ritual. Responsável e atento aos detalhes, ele orienta a cada pessoa que entra no prédio sobre como se proteger e proteger os outros: “A gente meio que prepara o cliente na portaria, orienta usar máscaras e álcool gel. Então, quando ele chega no escritório ou consultório, ele já passou por essa ‘triagem’. Geralmente eles gos­tam disso, porque quando uma pessoa che­ga a um lugar que não conhece e não tem ninguém para orientá-la, fica perdida e faz tudo errado. Com orientação, a pessoa tem tranquilidade de que os cuidados estão sendo tomados. E os trabalhadores do prédio também já recebem o cliente mais tranquilo. Acho que o fato de ter um porteiro traz mais segurança, protege e dá mais tranquilidade”, avalia.

Mas nem todo mundo recebe essas orientações com a mesma boa vontade e aceitação: “Já teve gente que não quis colocar a máscara ou passar o álcool em gel. Tem gente que chega sem [máscara] e o brasileiro sempre tenta dar um jeitinho, fala que ‘é rápido’, ‘vou só deixar um documento’, etc. Mas sei como funciona, mas para mim, regras não têm exceção. Não importa quem seja, se tem dinheiro ou não, posição social, cor. Trato todos iguais, com educação e respeito”.

Quem passa pela portaria também percebe que cada parte desse trabalho é feita com muito zelo, educação e sorriso no rosto – seja durante a pandemia ou fora dela: “Eu sempre trabalhei nessa área, em recepção, portaria, segurança. Acho que para trabalhar nessa profissão tem que gostar do que se faz. É um trabalho difícil, mas tendo prazer em fazer, torna-se fácil. A gente lida com pessoas o tempo todo e nem sempre essas pessoas estão em um bom dia. Tenho muito tempo de experiência e entendo. Sei que até nós mesmos, às vezes, não estamos em um bom dia; não acordamos bem sempre. Então, quando um cliente chega, dou “Bom dia!”, e se ele não responde, eu procuro não ficar chateado; administro bem isso”, finaliza Ivam.




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Postado por Redação, no dia 16/08/2020 - 15:10


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