A matéria “Assassinato de idoso que chocou Caranaíba está há quase três anos sem resposta”, publicada na edição 1532, causou muita repercussão na pacata cidade e ainda trouxe à tona uma informação até então desconhecida por muitos: o Ministério Público pediu a exumação do corpo de José Ferreira de Souza, morto no dia 5 de agosto de 2017, dentro de sua casa, um sítio na comunidade rural de Bom Sucesso. Até então, o crime vem sendo tratado como latrocínio – roubo seguido de morte.
O motivo desse pedido não foi esclarecido pela Polícia Civil: “As investigações foram concluídas no fim de 2019, ocasião em que foram apontados dois suspeitos e pedida a prisão preventiva dos mesmos. Na ocasião, em oitiva, a vítima sobrevivente, inclusive, declinou o nome dos suspeitos. O MP, entretanto, apresentou cota no sentido de serem realizadas algumas diligências, dentre as quais a exumação da vítima, tendo sido solicitada autorização judicial para tal. Ainda é aguardada a decisão judicial. Os suspeitos foram indiciados por uma tentativa de homicídio e por um homicídio consumado, ambos duplamente qualificados. A autoridade policial representou pela prisão dos suspeitos. Porém, ainda não há deferimento”, pontuou o delegado responsável pelo caso, Itamar Cláudio Neto.
Entenda o caso
Segundo informações da época do crime, José Ferreira, conhecido como Zé Rosa, de 67 anos, teve sua residência invadida por volta de 0h30. Baleado, o homem não resistiu aos ferimentos e faleceu. De acordo com o boletim de ocorrência, a esposa do sitiante, Maria da Glória Dutra Souza, de 60 anos, também foi baleada. Quando a polícia chegou, a senhora estava ferida por um disparo de arma de fogo no lado esquerdo do peito, mas consciente e de pé.
A idosa teria relatado aos policiais que não se recordava de nada. Aparentemente, ela teria desmaiado e só acordou por volta de 4h, na cama, do lado de seu marido. Maria foi socorrida pela ambulância e encaminhada ao Hospital Maternidade São José (HMSJ), onde ficou internada no CTI, sob cuidados médicos por alguns dias, até receber alta.
Pedido de Justiça
Em entrevista exclusiva ao Jornal CORREIO, a esposa de Zé Rosa, Maria da Glória, contou os momentos que viveu enquanto os bandidos estavam em sua casa: “Eu estava meio dormindo, meio acordada, quando chegou uma pessoa pedindo gasolina. Então, o Zé se levantou, vestiu a roupa e abriu a porta para ela. Aí os homens invadiram a casa, machucaram minha cabeça e eu não vi mais nada. Quando eu voltei a mim, fiquei quieta, com medo de me ouvirem pedir ajuda. Quando estava quase amanhecendo, liguei para um vizinho. Disse a ele: ‘Mataram o Zé’. Os vizinhos chegaram e me acudiram. Em mim, a bala ficou alojada no fígado e não pode ser tirada. Enquanto estavam velando ele, eu estava em Lafaiete, passando por uma cirurgia. Depois fiquei 15 dias internada”.
Ela cobrou justiça: “Fico aborrecida de não estar na minha casa, na roça. Fui nascida e criada lá, mas tenho medo de descontarem em mim. Eu fui lá em Carandaí, depus, falei o nome dos dois e nada foi resolvido. Quero justiça, porque meu marido não merecia isso não. Ele foi abrir a porta para ajudar”.
Maria da Glória cobra justiça pela morte do marido Zé Rosa
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Postado por Redação, no dia 23/07/2020 - 09:43