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Comunidade


De volta ao ninho, filhos buscam refúgio seguro para a Covid-19 na casa dos pais



 

A psicologia chama de Síndrome do Ninho Vazio um sentimento de tristeza e desânimo que afeta os pais quando os filhos se tornam independentes e saem de casa. Depois de dedicar anos à sua criação, eles percebem que não descobriram outros papéis enquanto indivíduos a não ser o de pai/mãe e, assim, começam a se sentir desconfortáveis. Mas a quarentena tem proporcionado o lado reverso disso: filhos e filhas que deixaram a cidade e partiram para os grandes centros urbanos e cidades universitárias em busca de formação e oportunidade de emprego, agora estão de volta. E como fica o sentimento da família nessa situação?

Estudantes de Arquitetura e Urba­nis­mo e Medicina, as irmãs Larissa e Tamires Costa Mendes deixaram a capital mineira em março e voltaram para a casa dos pais, Solange e Ricardo An­tônio Pena Mendes, em Lafaiete. Acos­tu­madas a passar um longo tempo lon­ge da família, elas agora estão debaixo das asas paternas e maternas, onde se defendem dos riscos da pandemia: “Apesar de estarmos em um momento difícil, em que só podemos ficar dentro de casa, há o lado positivo: estamos perto dos nossos pais, aproveitando essa convivência da família e matando a saudade de casa”, explicam.

Já os pais dividem a alegria de ter a casa cheia novamente com a preocupação sobre o futuro das filhas: “Apesar de nos sentirmos mais seguros e confiantes com as nossas filhas em casa durante este momento tão complicado, estamos preocupados com o futuro delas e com o que virá depois desta pan­demia. Vamos aproveitar muito este tempo juntos, mas torcemos para que esta crise sanitária passe logo e elas possam retornar aos estudos, que são o fu­turo delas”, contam Solange e Ricardo.

 

A ‘nova velha’ rotina

 

Nessa volta à antiga rotina, elas revelam que alguns conflitos surgem, devido ao fato de passarem o dia inteiro juntos. Mas, de forma geral, são bons momentos, que só se turvam pela ansiedade que marca estes tempos de Covid-19. “Ficamos o máximo possível dentro de casa, saindo apenas quando estritamente necessário. No mais, procuramos manter uma rotina de exercícios físicos, assistindo a filmes e séries, testando novas receitas e, também, continuamos mantendo a nossa carga horária normal com aulas online”, detalham.

Mas esse período de volta ao lar não deve ser suficiente para elas fixem raízes em sua cidade natal e o ninho, mais uma vez, deve ficar vazio após a pandemia: “Pretendemos retomar as atividades cotidianas, encontrar os amigos e familiares. No meu caso já estarei formada, já que estou finalizando o último período do curso no meio do ano de 2020. Quando tudo se normalizar, pretendo trabalhar em um escritório de arquitetura em Belo Horizonte. Já a Tamires pretende voltar às aulas presenciais e frequentar palestras e congressos”, conta Larissa.

Essa volta, que também é cheia de expectativas, inclui a certeza de que a realidade no pós-pandemia será diferente: “Acreditamos que não vamos encontrar as coisas exatamente do jeito que deixamos. É possível que muitas empresas adotem permanentemente o home office, pois perceberam que é possível trabalhar em casa e que isso diminui os custos do empregador. Além disso, acreditamos que as pessoas serão mais cuidadosas e a higienização das mãos com álcool gel será rotina. No momento, o que podemos fazer é a nossa parte, nos cuidando e cuidando de quem amamos, para que essa situação difícil passe logo”, finaliza.




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Postado por Redação, no dia 15/07/2020 - 15:43


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