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Comunidade


Olhar para o futuro ajuda lafaietenses a vencer a quarentena




 

“Não podemos nos intimidar nem enlouquecer por algo que vai passar”. A frase do professor universitário, escritor e ator Paulo Antunes resume bem o pensamento de quem tem buscado enfrentar esses mais de 2 meses de distanciamento social. Ele é um dos lafaietenses que escolheu usar este período de forma produtiva: “Há duas opções do que se fazer nestes tempos: tudo ou nada. Optei pelo tudo: voltei a ler com voracidade; leio dois livros alternadamente. Estou escrevendo como forma de desabafo, revendo filmes e descobrindo novos na Internet, o que, às vezes, me custa as madrugadas. Estou num processo de me reinventar como professor, porque agora as aulas são online. Então, estamos realizando muitos treinamentos. E minha obsessão pela limpeza e organização tem me ajudado muito: às vezes eu me pego limpando a mesma coisa pela segunda vez, colocando roupas no guarda-roupa por ordem de cor, separando livros pela ordem alfabética dos autores”, conta.

Sair é de casa tornou-se algo feito raramente; apenas o necessário para as necessidades cotidianas. “Após 2 meses, temos tentado driblar a monotonia e ativar corpo e cérebro. Os contatos com amigos são longos e arduamente mantidos por meio de conversas telefônicas e videoconferências. Entabulamos conversas pelas janelas dos carros e das casas. Às vezes, com minha irmã e sobrinha, damos uma volta de carro pela cidade. Talvez isso seja uma forma de ter a certeza de que tudo permanece em seu estado “normal” e, por isso, a certeza do amanhã está garantida.”, conta.

Com um olhar mais acadêmico, Paulo Antu­nes afirma não sentir medo, mas perplexidade e cu­riosidade. “Nossa preocupação maior é entender o que está acontecendo. É incrível, mas não te­mo a doença. Temo morrer de forma dolorosa, porque dizem que, com a Covid-19, se morre como quem se afoga no seco. Isso me soa como um holocausto individual; mas a morte em si, não”, avalia o professor, que vê na ciência a arma para vencer a guerra: “Na verdade, trata-se mais de uma guerra conosco mesmo, com nossa consciência. E a ciência moderna caminha a passos largos, mas nosso medo se explica porque a única certeza de que temos na vida é a da morte e, cientes disso, ficamos frágeis porque jovens ou idosos, nos consideramos imortais. Nem Freud explica”, avalia.

E neste cenário, o autor consegue ver um ponto positivo para o pós-pandemia: “Toda peste, quando ocorre, faz o homem mergulhar em si, repensar seus atos e valores. Estamos reavaliando tudo que fizemos com o planeta, conosco, com nossos semelhantes, imersos num processo de “mea culpa”. Por mais que a história humana atravesse períodos de medo, seja escrita com sangue, o bem que existe em cada um sempre renasce fortalecido. Compare a vida de nossos antepassados com as nossas, creio que temos mais vitórias e acertos que derrotas e equívocos. O pós-pandemia será um tempo de se valorizar mais o ser do que o ter. Então, será a vez de nossa consciência experimentar com prazer o “faça-se a luz”.

As redes sociais são a ferramenta usada pelo o tenente-coronel da PM, o  advogado  José César de Paula, para lidar com o distanciamento social: “A vida social, hoje, se resume a contatos pessoais com nossos familiares mais próximos. Reuniões de trabalho, assim como encontros com amigos e familiares, só acontecem pela rede. Per­ma­necemos em casa saindo somente para realizar atividades essenciais – e sempre usando máscaras. Mas, ao mesmo tempo, é interessante essa oportunidade de estar próximo, por muito mais tempo, dos filhos, esposa principalmente”, detalha. Uma caminhada pela manhã, sempre usando máscara, se tornou parte da rotina, que também inclui meditar, assistir a filmes, ler um bom livro, participar de debates acalorados em grupos de futebol, da família, etc. “Essa é a única bola que estamos podendo bater”, brinca.

 

Meditação e leitura

 

Para lidar com a situação, o capitão César reforça a necessidade de, sempre que possível, fi­car em casa: “Vamos nos colocar no lugar do outro. E assim certamente sairemos desta crise sanitária: pessoas mais fortes, melhores, mais conscientes e mais saudáveis. Recomendo fazer exercício de meditação todos os dias e rezar bastante. A presença de Deus em nossas vidas será o que vai nos fortalecer para vencermos essa luta. Leia bons livros e, se tiver espaço, realize uma atividade física em casa ou ao ar livre com uso de máscaras. Esse vírus é uma provação para o ser humano. Acredito que ele está aí para nos fazer pessoas melhores. Outro fato é que após esta pandemia teremos um sistema de saúde mais estruturado. E essa será nossa maior vitória. Venceremos essa guerra”, finaliza.

 

 




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Postado por Redação, no dia 23/06/2020 - 11:43


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