Cerca de 150 famílias de Lafaiete estão vivendo momentos difíceis. Mantidos pela renda do transporte escolar, elas se viram, de uma hora para outra, sem o pagamento das mensalidades. Dívidas com alimentação, aluguel e até o pagamento das prestações dos veículos seguem se acumulando, sem qualquer perspectiva de retomada das atividades.
A situação, segundo membros da categoria, é desesperadora: “Cada um vive seu drama pessoal. No meu caso, é com o que ganho com a van que pago as despesas de minha família. Meu pai precisa de uma cirurgia muito cara, que ainda não conseguimos pelo SUS. Sem essa renda, estou com o nome no Serasa, não consigo empréstimo, tenho que comprar remédios, pago pensão, porque sou divorciado, e pago prestação”, conta o transportador Wesley Melo, o Tampinha.
Responsável pelo transporte de 50 alunos, Tampinha conta que chegou a negociar com os pais, oferecendo um desconto de 35%, mas a maioria optou por suspender completamente os pagamentos: “Eu também entendo o lado deles, porque têm pessoas passando por dificuldades e não têm de onde tirar dinheiro para cumprir com algum compromisso, mas está complicado. Temos um contrato, mas cada van está negociando o valor, porque fomos afetados por algo completamente imprevisível. Como não há uma data para o retorno das aulas fica mais difícil negociar. E têm aqueles que acham que não temos direito, ou que não precisamos. Só que estamos vivendo de ajuda de familiares. O momento é desesperador”, considera.
E o problema é que, em razão da natureza do registro que possuem, sua atuação é limitada: “Não temos com o quê trabalhar. Nossas vans têm licenciamento para escolar e não para outros serviços”, conta Tampinha. Por isso, membros da categoria fizeram uma campanha, tentando conscientizar os pais: “Foi gravado um vídeo com várias vans de Lafaiete pedindo ajuda; pedindo que os pais tenham consciência, consideração e compreensão, porque sempre tivemos carinho e responsabilidade ao transportar seus filhos. Neste momento, precisamos de ajuda dos pais”, finaliza.
Além dos motoristas de vans, há informações de que cerca de 10 motoristas de micro-ônibus estejam passando pela mesma situação.
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Postado por Redação, no dia 19/06/2020 - 14:38