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Comunidade


Com medo de mortes pela Covid-19, lafaietenses pedem a construção de hospital de campanha

A estrutura seria simples, com leitos e ventiladores mecânicos que posteriormente poderiam ser doados aos hospitais da região




Outras cidades estão usando escolas públicas como hospital. Em Lafaiete, a Narciso de Queirós seria uma opção 

Enquanto o Brasil e o mundo acompanham com perplexidade e apreensão a disseminação descontrolada da Covid-19 em várias partes do globo, um grupo de lafaietenses se articula na busca por mais estrutura para conter os impactos estimados da doença. Cientes da insuficiência de leitos em nossa região para atender os pacientes no pico da crise, eles se movimentam para sensibilizar autoridades e empresários em torno da construção de um hospital de campanha em Lafaiete.

A ideia seria erguer uma estrutura provisória, a exemplo do que vem sendo feito nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, entre outros.  “Pedimos às grandes empresas da região que se unam nesse propósito, construindo um hospital de campanha com leitos bastantes para atender ao pico que está por vir.

As cidades no nosso entorno possuem poucos recursos e a gente sabe que, se a doença nos afetar como tem feito em outros países, não vamos estar pre­parados. A estrutura seria simples, com leitos e ventiladores mecânicos que poderiam ser doados aos hospitais da região após o fim disso tudo. Não podemos aguardar ações só das prefeituras, que lida com faltas de recursos e sistemas muito burocráticos”, avaliam.

Os hospitais de campanha oferecem um atendimento temporário. Nessas unidades, eles permanecem até que possam ser transportados a um local permanente. Para Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou a construção de um hospital de campanha no Expominas, em Belo Horizonte. Serão oferecidos 800 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados ao enfrentamento do novo coronavírus.  Os trabalhos começaram na quarta-feira, dia 25, aproveitando a estrutura do galpão de 18 mil m², que é climatizado e tem pé-direito adequado. Ainda existe a previsão de oferta de outros 100 leitos de alta complexidade em uma área anexa. As ações anunciadas pelo governador também incluem a reativação de uma área no Hospital Mário Penna.

Lafaiete fora dos planos - para o interior, a proposta de Romeu Zema é ampliar leitos em hospitais. A Polícia Militar também já começou a contatar prefeituras para ter um panorama de onde podem ser erguidos hospitais de campanha ou ampliados leitos em unidades já existentes, mas a lista inicial não incluiu Lafaiete, Congonhas, Ouro Branco ou qualquer município que faça divisa com essas áreas. Uberlândia, Juiz de Fora, Barbacena e Divinópolis são municípios que, pela avaliação inicial, apresentam potencial. Hoje, o SUS opera com cerca de 2 mil leitos em Minas. Metade estará vago com o cancelamento das ci­rurgias eletivas.

O prefeito Mário Marcus informou que já faz parte de estudos junto à equipe de saúde e Comitê de Enfrentamento a viabilidade de um hospital de campanha.

Ouro Branco amplia leitos e está aberta a receber hospital de campanha

Ouro Branco é uma das cidades que já se prontificou em receber um hospital de campanha, conforme afirmou o prefeito Hélio Campos: “Possuímos áreas com dimensões aproximadas e em pontos estratégicos que poderiam sim serem utilizadas e estamos a postos, caso o Governo Estadual sinalize com esse projeto, com apoio e investimento estaduais. Em contrapartida, o município, seguindo a todas as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, adotou uma série de medidas para o enfrentamento e combate ao coronavírus. Entre as ações adotadas, foram agilizadas as obras de ampliação do Hospital Raymundo Campos. Nos próximos dias, será entregue a nova ala, que possibilitará a ampliação do número de leitos dos atuais 26 para 36”.

Obras nova ala Hospital Raymundo Campos

Segundo o prefeito, outras medidas estão sendo tomadas: “Também está sendo preparado um alojamento de campanha com capacidade para 140 pessoas, que tem quartos, cozinha e banheiro. Esse local irá receber moradores da cidade que não tenham condições de cumprir o isolamento social em suas residências. Também foram adotadas medidas técnico/ administrativas com a mudança de rotinas e protocolos internos como, por exemplo, visitas a pacientes internados no Hospital; cancelamento e adiamento dos exames e consultas eletivas tanto no Hospital Raymundo Campos (HRC), quanto nas Unidades de Saúde; as equipes de Saúde realizam constantes treinamentos e troca de informações sobre o Coronavírus e recebem EPI's. A vacinação dos idosos está sendo realizada de casa em casa tanto na área urbana, quanto na rural. Foi criada uma Central de Informações (3938-1168 e 3938-1169 ligações e whatsapp) com médicos e a equipe da Saúde para responder às dúvidas e fazer os encaminhamentos necessários quanto aos casos de síndrome gripal, Coronavírus e outras demandas”, pontua.

Atualmente, no Hospital Raymundo Campos são 2 leitos de UTI (Sala Vermelha) e 2 leitos de estabilização (nova Sala de Estabilização). No hospital da rede particular, Hospital FOB, são 8 leitos de UTI. “Quanto as ações de prevenção e combate ao Coronavírus, a Prefeitura de Ouro Branco não mede esforços e toda a equipe está empenhada dia e noite para oferecer suporte e cobertura a toda a nossa população frente a este momento de pandemia mundial”, finaliza Hélio.

Prefeito Hélio Campos e equipe na Central de Informações da Saúde

Confira as principais medidas

  • Criação do Comitê Gestor de Prevenção e Combate ao Coronavírus; 
  • PMOB intensifica a distribuição de EPI’s e instruções e capacitações aos Servidores da Saúde;
  • Decreto 9.658 que Declara Situação de Emergência;
  • Suspensão das aulas da Rede Pública Municipal até o dia 31/03;
  • Medidas preventivas: agilização das obras na nova ala do Hospital Raymundo Campos para abrir novos leitos em caso de necessidade;
  • Medidas preventivas: criação de alojamento especial de campanha em caso de necessidade;
  • Mudanças nos sistemas de atendimentos, consultas e exames eletivos, visitas em todos os prédios da Saúde (Unidades de Saúde, Hospital Raymundo Campos, etc);
  • Intensificadas todas as ações de divulgação dos atos públicos relacionados ao Coronavírus;
  • Suspensão de eventos públicos sociais, culturais e esportivos;
  • Decreto 9.660: Determina a suspensão do atendimento presencial público no prédio da Prefeitura e nos prédios dos demais serviços; exceto dos prédios da Saúde
  • Portarias 16 e 18: Regulamentam as jornadas de trabalho e demais questões administrativas da Equipe da Secretaria de Saúde frente ao enfrentamento do Coronavírus e dos demais servidores da PMOB, respectivamente;
  • Decreto 9.661: Fechamento do Comércio; permitido apenas serviços essenciais;
  • Fiscalização e Posturas e PM fiscalizam comércios e as ruas para divulgar o isolamento social;
  • Vigilância Epidemiológica apresenta recomendações quanto a Velórios no Município de Ouro Branco;
  • Criação da Central de Informações sobre o Coronavírus em Ouro Branco;
  • Vacinação domiciliar de Idosos contra a Gripe Influenza H1N1;
  • Prefeitura encaminha projeto de lei para a Câ­mara criando benefício social para atender idosos autônomos do Município. Entre outras. Mais informações sobre a Saúde Pública Municipal 3938-1168 e 3938-1169.



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Postado por Redação, no dia 30/03/2020 - 15:37


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