Pode parecer um ato inocente, mas você já parou para pensar que um saquinho plástico jogado de maneira despretensiosa na natureza leva, em média, 400 anos para se decompor? E é exatamente por isso que uma cena cada vez mais repetida chama atenção: no entorno do Mercado do Produtor, na sede do programa Vaquinha Mecânica, saquinhos de leite de soja são vistos em grande escala, entupindo bueiros e poluindo as ruas de baixo do bairro Carijós – que tradicionalmente já sofre com alagamentos na época de chuvas.
Segundo relatou um denunciante, algumas pessoas beneficiadas pelo programa recebem o leite e o consomem já no caminho de casa. Mas, infelizmente, não têm o cuidado de dispensar os saquinhos em local adequado: “Venho caminhar pela manhã e vejo as ruas cheias de saquinhos. Até tento recolher alguns, mas não adianta: minutos depois eles já estão de volta. Acho que deveria haver uma conscientização maior da parte de quem distribui”, reclama.
Prefeitura afirma ter iniciado limpeza do local
Em resposta ao ofício enviado pelo Jornal CORREIO, a secretária de Desenvolvimento Social Magna Cupertino Carvalho informou que a PMCL já tomou iniciativa para resolver o problema: “Já estamos fazendo o recolhimento dos mesmos duas vezes por semana. O trajeto do recolhimento inicia-se na rua Jurupis, próximo à sede da Amalpa [Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba], e segue até a sede do Corpo de Bombeiros. Estamos orientando as pessoas para que busquem fazer o descarte correto, para que a natureza não seja agredida. Certos de termos contribuído de alguma maneira, nos colocamos à disposição para mais esclarecimentos”, conclui.
Produção de leite cai e funcionária teme agressão
O problema no caso da Vaca Mecânica se estende além da questão ambiental. Em resposta ao ofício enviado por nossa equipe, para esclarecer o descarte irregular das embalagens, nossa equipe tomou conhecimento de uma redução drástica no programa ao mesmo tempo em que se observa um agravamento de uma questão social. “A entrega do leite de soja na porta da Vaca Mecânica diminuiu, mas não pode parar, porque enquanto estamos na entrega, fica apenas uma funcionária na Vaca Mecânica e ela teme ser agredida se não der o leite para aqueles que pedem na porta”, revela o coordenador do programa Leite de Soja, Luciano Elias Vieira da Silva.
Conforme situa, no último mês, a produção foi reduzida em cerca de 60% - de 400 para 250litros. “Há locais onde a necessidade é muito grande. Em alguns dias, há moradores do Triângulo II que só têm o leite de soja para se alimentar pelo dia todo. Também voltamos a atender no Centro Pop. Segundo Aline, responsável pelo setor, o leite de soja está sendo o único alimento fornecido no café da manhã. Paramos de entregar em três PSFs: Cachoeira, Santo Antônio e Santa Efigênia, devido à diminuição na procura. Reduzimos nos PSFs Bellavinha, Santuário, Bela Vista, Morro da Mina e Carijós. Nos demais, a entrega continua normal”, pontua.
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Postado por Redação, no dia 05/12/2019 - 09:24