Assim como em seres humanos, nossos pets também estão sujeitos a desenvolver a temível doença. Aliás, o câncer é considerado a segunda maior causa de mortes em animais domésticos. É uma condição bastante imprevisível, o que dificulta a adoção de medidas preventivas. No mês em que se comemora o Dia Nacional de Combate ao Câncer (27 de novembro), dedico o texto de hoje para falar um pouco sobre a quimioterapia em pets: um dos meios mais eficazes de se combater a doença.
A oncologia é uma especialidade com grande destaque na medicina veterinária. Muitos estudos têm sido feitos com o objetivo de se identificar maneiras de melhorar a qualidade de vida dos pets e aumentar cada vez mais as chances de cura, ou melhorar a qualidade de vida para os pacientes acometidos pela doença.
Fatores relevantes para a doença - A população de pets cresceu muito nos últimos anos e eles estão cada vez mais presentes em nossos lares. Além disso, as melhores condições em que vivem proporcionaram um aumento da expectativa de vida – e esse é um dos principais motivos que tem levado ao surgimento de tumores nos pets. As chances de desenvolver algum tipo de câncer aumentam, principalmente, conforme a idade. Outros fatores, como genética, convalescência por alguma outra patologia, exposição intensa a elementos externos, como sol e produtos químicos diversos, têm influência.
Lembramos que realizar a castração, tanto nos machos quanto nas fêmeas, é uma excelente medida preventiva.
A doença pode surgir em qualquer região do corpo do animal. Porém, os tumores de mama são os mais observados. A identificação é fácil, pois tratam-se de nódulos nas glândulas mamárias. E eles podem estar relacionados ao fato do animal não ser castrado ou tê-lo sido tardiamente.
Os tumores cutâneos manifestam-se internamente ou na pele. Eles são bem mais comuns em animais despigmentados, com pouca melanina e ou pelagem clara. Entre os principais tumores, não podemos deixar de fora os hematopoiéticos, que atingem as células formadoras de tecido sanguíneo, gerando linfomas e leucemias.
Sinais característicos - Cada tipo de câncer pode se manifestar de forma diferente. Entre os principais sinais, podemos destacar: apatia; manchas; diarreia e vômitos; aumento de volume abdominal; perda de peso sem motivo aparente; dificuldade para respirar, comer e engolir; nódulos aparentes e relativamente palpáveis; sangramentos espontâneos nas fezes, urina ou outros orifícios do animal.
Hoje em dia, é possível identificar com grande exatidão a presença e localização de tumores por exames de imagem que, por sinal, são importantes aliados da oncologia veterinária
Quimioterapia antineoplásica - É o procedimento terapêutico utilizado para combater a doença através de fármacos quimioterápicos no combate ao câncer, chamado quimioterapia antineoplásica, caracterizada pelo uso de medicamentos específicos. Seu objetivo principal é eliminar células que se dividem rapidamente, crescendo e surgindo novas células doentes. Quando um animal é diagnosticado com câncer, a primeira opção para o tratamento costuma ser a cirurgia. No entanto, depois da intervenção, a quimioterapia pode ser indicada para evitar a recorrência ou para atrasar possíveis metástases. Em outros casos, a quimioterapia é empregada antes da operação para reduzir o tamanho do tumor.
A indicação quimioterápica varia com o tipo de neoplasia. Os outros métodos de tratamento do câncer incluem a eletroquimioterapia, criocirurgia, radioterapia e/ou cirurgia. A escolha entre um tipo ou múltiplos métodos de tratamento varia com a neoplasia em questão. No geral, o tratamento de câncer em animais, diferentemente dos humanos e exceto por alguns tipos específicos de neoplasias, não tem caráter curativo. Porém, pode garantir uma sobrevida e qualidade de vida.
Serviço
Clínica Veterinária São?Francisco
Jean Ciarallo
Veterinário especialista
em Clínica e Ortopedia
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Postado por Redação, no dia 29/11/2019 - 11:24
