Na quinta-feira, 3 de setembro, a empresa Gerdau S.A despediu inúmeros caminhoneiros, das cidades de Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Ouro Branco e região, com o objetivo de conceder as vagas de trabalho e os direitos de carregamento para transportadoras externas, grandes e ricas, da cidade de Belo Horizonte, que tem seus veículos emplacados no estado da Bahia. A decisão estabelece um grande e injusto monopólio capitalista na região do Alto do Paraopeba.
Essas empresas externas já vinham, há algum tempo, recebendo prioridades nos serviços, como, por exemplo, preferência na fila de carregamento e descarregamento. E agora, a Gerdau anunciou que pretende retirar até este pouco que restava para os trabalhadores da região, deixando assim inúmeros motoristas desempregados e várias famílias desamparadas.
Exploração sem retornos - A Gerdau S.A chegou e se estabeleceu em Ouro Branco e na região do Alto Paraopeba em 1986. Explorou e explora desenfreadamente riquezas minerais e naturais, e tudo isso com a promessa de trazer empregos para a população local e aquecer a economia das cidades, porém as últimas decisões tomadas pela mesma demonstra bem o contrário. O que resta é apenas os malefícios e essa gigante exploração humana e ambiental: poluições diversas, emissão de gases tóxicos, barragens com riscos eminentes e agora desemprego e dificuldades financeiras para a população e para os municípios como um todo.
Greve
Desde o momento que a empresa anunciou a decisão todos os motoristas atingidos se uniram na portaria da Gerdau, nas imediações da mesma e nos acostamentos das rodovias do entorno, fazendo com que parte dos serviços da siderúrgica também fossem interrompidos. Além disso, os trabalhadores já estão se mobilizando e tentando fazer contato com o poder público das cidades afetadas. “Contamos com a ajuda e apoio do poder público e esperamos que eles, bem como toda a população possam se unir a nós e a toda classe trabalhadora, para assim ganharmos mais força para pressionar a administração da Gerdau, tentar reverter essa situação, conquistar nosso ganha-pão novamente e evitar que uma crise de desemprego possa atingir e assolar nossa região.” disse um dos motoristas paralisados.
O outro lado – Gerdau alega que serviço é terceirizado
O texto foi enviado pela estudante de jornalismo Glauciene Oliveira. Assim que o texto chegou à nossa Redação, encaminhamos um ofício à Gerdau, que enviou seu posicionamento oficial, esclarecendo que as atividades de transporte para sua operação de mineração no estado de Minas Gerais são realizadas por empresas parceiras e por caminhoneiros autônomos. “A empresa sempre avalia um mix de contratação baseado na sua estratégia de logística, tendo sempre como premissa a contratação de mão de obra local”, afirma.
Glauciene Oliveira
Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto
Moradora de Congonhas e filha de uns dos caminhoneiros atingidos
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Postado por Redação, no dia 04/10/2019 - 16:20