Lafaiete já vivia a aurora de seu segundo século quando o saudoso professor Libânio compartilhou com amigos o sonho de criar a Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette. Desde então, há 26 anos, setembro tornou-se um mês para se render homenagens à história e a cultura da cidade. Foi com esse objetivo que o Solar do Barão de Suassuhy recebeu no sábado, 21 de setembro, mais uma sessão solene. A centenária sede da confraria foi palco da outorga do Diploma da Ordem dos Construtores do Progresso de Conselheiro Lafaiete, honraria conferida a personalidades e entidades que possuem, em seu histórico, relevantes serviços prestados ao município em diversas áreas. A cada ano, as indicações são feitas pelos acadêmicos efetivos e votadas em Assembleia Geral Ordinária.
Este ano, foi agraciada com o diploma a diretora de administração do Banco Central do Brasil, Carolina de Assis Barros, natural desta cidade e ocupante de um cargo relevante na autarquia nacional. Foram também prestadas homenagens ao cônego Luiz Carlos Ferreira Carneiro, reitor do Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto, e que esteve à frente da Basílica do Sagrado Coração de Jesus. Uma homenagem post mortem foi conferida a José Luiz Thereza, o Juquita, pessoa de relevantes valores morais e com uma biografia traçada com superação e trabalho. Sua família esteve presente e o filho Edvaldo recebeu o diploma.
A saudação aos homenageados ficou a cargo do acadêmico Tiago Cristian Barbosa Nunes. Carolina de Assis Barros proferiu o discurso de agradecimento pela honraria, homenagem a ACLCL ao recitar seu hino. Secretária geral da mesa, a acadêmica Marcia Terezinha Carreira Rodrigues lembrou o primeiro poema publicado pela homenageada na Antologia Infanto-Juvenil, em 1994. Ainda dentro das comemorações, a poetisa Janice Reis Morais, participante da antologia luso-brasileira Conexões Atlânticas, presenteou o sodalício com uma edição do livro que contém sua poesia “Chora, Viola!”. A obra foi lida pelo acadêmico presidente-emérito Douglas de Carvalho Henriques. A entidade reconhece o seu valor literário e manifesta, agradecida, pela deferência em receber uma edição do livro.
Durante a magna sessão, Leonardo Milagre entregou oficialmente à academia o acervo bibliográfico de seu irmão, o presidente-emérito e imortal Allex Assis Milagre, falecido em 2009. O ateneu ainda recebeu mais um membro-correspondente, residente na capital do estado, o escritor Ozório José Araújo do Couto, membro efetivo do Instituto Histórico de Minas Gerais, que vem somar ao quadro regimental da ACLCL. Biógrafo, pesquisador e editor, Ozório possui relevantes predicados no campo das letras e da história, com vasta influência além Brasil.
Encerrando a solenidade, o acadêmico Wilson Baêta de Assis proferiu um discurso laudatório, a pedido da presidência, onde prestou homenagens à cidade de Conselheiro Lafaiete e à célebre Academia, fundada em 18 de setembro de 1993. Entre as belíssimas palavras proferidas pelo nobre escritor, vale transcrever o seguinte trecho: “A casa, que hoje nos acolhe, abertas suas portas e janelas para um nascente ou para o poente, da colina onde se encontra, obviamente sendo verdadeira a afirmação de alguém, cujo nome subtraiu-me a memória; aquele afirma: que olhando-se do alto obtém-se melhor visão, e que a observação e experiência são verdadeiras mestras da vida.”
Encerrando a noite, foi servido um vinho celebrativo no pátio do Solar, acompanhado de um bolo de aniversário dedicado à cidade e à ACLCL. A entidade agradece a presença de todos e, em especial, ao coronel Antônio Fernando Alcântara, membro do Conselho Superior da Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa e dos senhores Sergio Alvim e Sebastião Moraes, da Academia de Letras de Manhuaçu.
Texto: Moises Mota (adaptado)
Presidente da ACLCL
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Postado por Redação, no dia 02/10/2019 - 17:47