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Comunidade


Lafaietense redescobre espécie de ave vista apenas uma vez na história




É fascinante pensar que a humanidade habita o planeta Terra há milênios e, mesmo assim, há uma infinidade de espécies de plantas, animais e minerais aguardando para serem conhecidos. E uma dessas preciosidades foi descoberta – aliás, redescoberta – por um lafaietense: durante as suas andanças por Rondônia, o observador de pássaros José Silvestre Vieira flagrou uma ave que não era vista há quase 200 anos. A iraúna-velada foi fotografada no município de Alta Floresta d Oeste, no dia 10 de agosto e tem sido considerada uma grande redescoberta para a ornitologia brasileira.
No site Wikiaves, o biólogo pesquisador Vitor Piacentini registrou o fato: “Essa população do Guaporé é uma subespécie à parte, Lampropsar tanagrinus violaceus, e - até onde eu sei - conhecida previamente apenas do material original coletado na década de 1820, por Natterer, na atual Vila Bela da Santíssima Trindade (MT). É, então, possivelmente, apenas o segundo registro na história dessa população! Eu pretendia procurar por esse bicho em Vila Bela ano passado, mas tinha apenas uma manhã e não pude ir ao Guaporé. Fico feliz de saber que ele ocorre até o sul de RO", detalhou.
A foto foi feita durante uma viagem de José Silvestre junto com um grupo de pescadores do qual faz parte, a Turma dos Ôquêêê. “O grupo pesca junto há 22 anos e a nossa pescaria deste ano foi na localidade de Porto Rolim, distrito de Alta Floresta D Oeste, em Rondônia. A finalidade da viagem foi a pescaria, meu outro hobby, mas como sempre digo: é a vara de pescar em uma mão e a máquina fotográfica na outra. Assim, pesquei e fotografei o tempo inteiro. Na hora, sabia que se tratava de uma espécie diferente, mas nem sonhava que poderia ser uma espécie nova. Somente quando cheguei a Lafaiete e postei a foto no site do Wikiaves, solicitando ajuda na identificação, é que pude constatar a importância que foi ter me encontrado com essa espécie na natureza”.
O registro causou grande repercussão na área: “Estou ainda meio bobo com tudo o que aconteceu. A quantidade de visualizações, comentários e elogios pelo meu feito me fazem muito feliz. Sou um observador realizado e cada vez mais motivado em prosseguir. Alegra-me muito também saber da importância que teve esse registro para conhecimento dessa espécie no Brasil”, conta. Ainda de acordo com José Silvestre, há, hoje, mais de 1.900 espécies de aves catalogadas no Brasil e, com certeza, potencialmente na região amazônica, ainda existem muitas espécies a serem descobertas: “Isso é fascinante, como também é fascinante fotografar qualquer espécie, mesmo que você já a tenha fotografado, pelo simples fato de interagir com a ave e procurar reproduzir a sua imagem da melhor forma possível”, afirma.

Paixão por observar

José Silvestre Vieira se tornou um observador de aves em novembro de 2015, quando, durante uma pescaria no Rio Negro, Amazônia, foi apresentado à atividade pelo amigo Fernando Praynha, que já a praticava há algum tempo. “Foi aí que eu me apaixonei pela observação e nunca mais parei”, conta. Para ser um bom passarinheiro, José Silvestre destaca que é necessário ter acuidade visual e auditiva, estudo das áreas onde ocorrem as espécies e estudo das características de cada espécie que se pretende fotografar. Ter um curso de fotografia e possuir equipamentos fotográficos e sonográficos adequados à atividade também é fundamental. “Essa atividade é bela, fácil de praticar e proporciona um contato muito íntimo com a natureza. Ela pode ser praticada a qualquer hora, em qualquer lugar”, acrescenta.

 




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Postado por Redação, no dia 19/09/2019 - 17:15


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