O projeto de reorganização do trânsito de Lafaiete trouxe de volta uma discussão que divide a cidade: proibir o trânsito de veículos na Doutor Melo Viana e transformar a rua – coração pulsante do comércio lafaietense – em um verdadeiro calçadão. A alternativa fez parte das propostas apresentadas na segunda-feira, 2 de setembro, em uma reunião realizada entre a Promotoria de Justiça de Lafaiete, Executivo, JM Souto (empresa responsável pelo projeto), posto Pop, Sorear e as empresas Vale, Gerdau e Ferrous - as últimas três empresas participam da iniciativa por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Na oportunidade, a JM Souto propôs desestimular o fluxo de veículos no trecho e estimular a presença de pedestres. Também foi apresentada a proposta de trocar o modelo de estacionamento atual para o de 45°, para aumentar o número de vagas.
Mas não foi a Melo Viana que esteve no centro das discussões. O estudo elaborado pela JM Souto teve como foco principal o hipercentro do município e suas vias principais, bem como os pontos onde foram realizadas as contagens de veículos e a coleta de dados sobre o volume de tráfego e de retenções. Isso colocou no topo da prancheta problemas como a retenção na rotatória da praça Chiquito Furtado – onde colisões simples são registradas quase que diariamente e o problema de caminhões e carretas quebrados naquele local. Foram propostas soluções, como alterações nos retornos, mudanças de acesso à rua Tavares de Melo e às vagas de estacionamento.
A retenção também foi o problema identificado entre os veículos que saem do elevado Duartina Nogueira de Rezende e viram à direita na rua Doutor Moreira, impactando no fluxo da via principal. A proposta apresentada passa por desestimular o tráfego naquele via ou até mesmo a inversão da mão de direção. Foi abordada a travessia de pedestre na avenida Telésforo Cândido, que também impacta no tráfego de veículos e até a hipótese de se realizar um projeto de ligação da Manoel Martins à estrada que vai para Ouro Branco foi discutida.
Presente e passado
O estudo traz duas opções para a solução do problema com a relação ao entorno da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, onde ocorrem retenções em horários de pico. Entre elas, a regulamentação dos horários de carga e descarga com fiscalização efetiva e a proibição do tráfego na frente da Matriz, com a realocação dos pontos de táxi existentes naquele local. Mas quando a discussão chegou ao templo tricentenário, o assunto travou. Isso porque, conforme ressaltou o promotor Glauco Peregrino, a Matriz é um importante patrimônio histórico do município e, portanto, as medidas a serem adotadas devem levá-la em consideração.
Problemas enfrentados pelos pedestres não ficaram de fora dessa análise. Como principais gargalos, foram identificados o tamanho insatisfatório das calçadas e suas condições de conservação, bem como as rampas de acesso às garagens construídas de forma irregular, que dificultam a passagem. Ainda Também durante a reunião, foram debatidas as ponderações apresentadas pela Sorear, que visam a complementar o estudo de tráfego e a apresentar outras considerações ao município sobre a mobilidade, incluindo áreas fora do hipercentro. A entidade ainda levantou questões sobre o contorno da rodovia BR-040 - tema que depende da inclusão no edital de licitação da via.
São João
Com a cidade em crescimento, não é possível deixar de lado a organização do trânsito no bairro São João (zona sul). Não apenas por seu tamanho e importância na dinâmica da cidade, mas também por ser o acesso para vários bairros, desde os mais tradicionais, como o Santa Matilde, aos mais recentes, como o Santa Clara, (região sudeste). Por isso, a preocupação em organizar o fluxo, principalmente nos horários de pico. Foram apresentadas propostas para melhoria do tráfego na região das ruas Dias de Souza, Arthur Bernardes, Rodrigues Maia e Benjamin Constant, como alterações no tempo dos semáforos e mudanças nos locais onde é permitido estacionar veículos. Foram propostas, também, rotas alternativas, demonstrando que a interseção das ruas Benjamin Constant e Rodrigues Maia apresenta problemas devido às conversões à esquerda, que geram grandes retenções em horários de pico.
Prazo final
Na avaliação das autoridades e entidades presentes, o estudo foi feito considerando, apenas, a otimização do trânsito, mas é preciso ir além. Acompanhado pelo Jornal CORREIO desde o começo, o trabalho desempenhado pela JM Souto tem data para ficar pronto, mas terá que se adequar. Ao fim da reunião, o Ministério Público destacou que as modificações apontadas deveriam ser incluídas no estudo até 30 de setembro. Entre as exigências, está a proteção do patrimônio público e cultural do município, além do trânsito de carretas e de ônibus que transportam trabalhadores da região.
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Postado por Redação, no dia 13/09/2019 - 09:06