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Comunidade


Fabricação artesanal de cadeirinhas é terapia para idosos e complementa a renda das famílias

O artesanato já é produzido há mais de 50 anos e, atualmente, é vendido entre R$ 25 e R$ 50 pelo tio e sobrinho




Uma tradição entre moradores da Vila Marques, em Congonhas, a fabricação artesanal de cadeirinhas de madeira tem sido não só o complemento de renda para a família Guimarães como também uma terapia para aliviar o estresse do dia a dia. E, com certeza, você já deve ter visto tio e sobrinho - que têm o mes­mo nome, João Ferreira - vendendo os produtos às margens da BR-040. O ofício, os dois aprenderam há anos, com os vizinhos da comunidade que também produziam o artesanato.
O tio, João Ferreira Guimarães, de 78 anos, nem se lembra mais há quanto tempo aprendeu a fazer as cadeirinhas: “Um morador daqui fazia e eu, observando, aprendi. As primeiras não saíram boas, não. Mas fui aperfeiçoando. Esse senhor também vendia aqui na BR”, conta o aposentado, explicando como é o processo de produção do artesanato: “Ela é toda feita em madeira, que eu busco nas matas aqui próximo. Vou andando rio acima e procurando. Para cada cadeirinha, gasto mais ou menos umas 20 peças de madeira. Faço duas por dia. Eu compro a capa e essa espuma do encosto e assento”.
Cada uma das cadeirinhas sai a R$ 25, mas segundo senhor João Ferreira, hoje em dia não é tão fácil vender o objeto: “Já vendi muito no passado,. Hoje em dia, não vendo tanto mais. Têm semanas que vendo duas ou três. Às vezes, não vendo nada. Complemento minha renda com as cadeirinhas, mas faço mesmo como terapia, para distrair a cabeça. Aqui passam pessoas de vários lugares, tiram fotos, e a gente vai conhecendo pessoas de todos lugares: Montes Claros, Rio, Brasília e por aí vai”, conta.


Tradição de família

Esposa de outro João Ferreira, conhecido como Tetéia, Aparecida da Silva Guimarães era quem estava vendendo as cadeirinhas no dia em que nossa Reportagem passou pelo local: “Meu marido busca nas matas a madeira, como sangra d’água, ou aroeira, qualquer tipo que morga [flexiona]. Ele faz mais de três em um dia; rapidinho. Aprendeu com um colega e faz isso há muitos anos, desde solteiro. A família dele já é acostumada a produzir essas cadeiras. É tradição”.
Já as cadeirinhas fabricadas por ele têm tamanhos variados: “A maior é R$ 50 e as menores variam entre R$ 25 e R$ 35. Às vezes, vende bem; umas seis de uma só vez. Meu marido faz mais para ajudar na renda, porque é aposentado e ganha pouco. Ele também faz sofás para criança e bercinhos”, explica a esposa. Em contato com nossa Redação, o aposentado João Ferreira Guimarães, 68 anos, contou que aprendeu a trabalhar com artesanato quando tinha apenas 16 anos: “Foi o senhor Chiquito quem me ensinou. Ele morava aqui perto, mas já é falecido”, lamenta.

 

Serviços

João Ferreira Guimarães

Vende cadeirinhas e panelas de pedra

Endereço: rua Santa Rita de Cássia, 580, Vila Marques, Congonhas

João Ferreira Guimarães (Tetéia)

Vende cadeirinhas, sofás e bercinhos

Telefone: 99127-2279

 

Confira a entrevista

 

 




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Postado por Redação, no dia 11/09/2019 - 11:16


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