Ter um animal de estimação não é como ter um bichinho de pelúcia, este requer cuidados específicos que devem ser monitorados pelo médico veterinário, que irá cuidar da saúde do seu pet. Durante a rotina médica na clínica de pequenos animais, nos deparamos muita das vezes com situações onde o tutor toma a decisão precipitada de administrar medicamentos em seu pet de estimação, sem ao menos se informar sobre o princípio ativo do mesmo e se este condiz com os sintomas que o animal está apresentando. Isso acaba sendo uma decisão arriscada ou até mesmo fatal.
Existem fármacos utilizados na medicina humana que é comum e com literatura fundamentada para o uso em medicina veterinária. Mas, como há diferenças entre as espécies, há também algumas diferenças nos fármacos, como, dose, intervalo de administração e tempo de tratamento. E ainda existem fármacos que não podem ser usados na medicina veterinária, podendo causar toxicidade de caráter grave, colocando em risco a vida do seu pet.
Mesmo dentro da medicina veterinária, há fármacos com diferenças entre as espécies, por exemplo, cães e gatos. Temos medicamentos para cães que são letais quando utilizados em gatos. Um outro assunto que vem nos preocupando atualmente é quanto ao uso de antimicrobianos (antibióticos). Estes muitas vezes são administrados em doses errôneas ou em situações desnecessárias. Isso pode causar resistência bacteriana, tornando uma barreira dentro da medicina veterinária, com abrangência a medicina humana, pois a cada dia temos novas classes de superbactérias, que intrigam toda a classe cientifica.
Muitas vezes na rotina clínica, nos deparamos com casos de intoxicação medicamentosa, onde o tutor no ato de desespero administra aquele medicamento do seu filho em seu animal. A forma mais sensata a se fazer é sempre que o animal apresentar sinais de alguma enfermidade levá-lo ao médico veterinário. Ele fará uma avaliação, se necessário, exames complementares, como hemograma, exames de imagem e quando diagnosticado o real problema, fará a prescrição adequada do fármaco ideal, as doses e todos os cuidados necessários ao tratamento. Assim, garantirá a integridade de seu pet.
Que fique bem claro: muitas vezes a medicação que você tem em casa é muito nociva para seu companheirinho de estimação! Em um momento de desespero e aflição, você pode achar que está fazendo o melhor ao seu amiguinho, mas, sem saber, estará agravando mais ainda o caso dele, podendo, muitas vezes, ser de forma irreversível. Consulte sempre seu médico veterinário de confiança antes de tomar qualquer decisão. A escolha de não administrar medicamentos por conta própria, na maioria das vezes, salva mais que a inversão deste fato.
Laura Elisa
Veterinária clínica e ultrassonografista
do Centro Veterinário São Francisco
Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383
Postado por Redação, no dia 02/08/2019 - 10:30