A solidariedade humana e a disponibilidade em ajudar ao próximo. Essas foram as armas utilizadas pelas irmãs M. O. A, 51 anos, e M. A. O, 49, para furtarem pelo menos dez idosos moradores de Belo Horizonte, da Região Metropolitana da capital e de mais outras 20 cidades do interior do estado, incluindo Lafaiete. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga se as suspeitas são também responsáveis por outros 40 registros de furto a idosos, que apresentaram a mesma dinâmica do crime praticado pelas suspeitas.
As suspeitas tinham como alvos principais idosos que estivessem sozinhos em casa, com faixa etária acima de 80 anos. E, para ter acesso às residências, elas simulavam pertencer a instituições religiosas e de caridade, ou simplesmente abordavam as vítimas pedindo água. "As duas se aproveitavam do fato de que as pessoas idosas são mais sensíveis e receptivas. Depois de entrar dentro da casa da pessoa, a Marize ou a Magna (que se revezavam) pedia para ir ao banheiro enquanto a outra irmã distraía a vítima. Neste momento, elas procuravam por cartões, joias, bolsas, anotações ou dinheiro dos idosos", explicou o Delegado Thiago de Lima Machado, responsável pelas investigações.
Ainda, de acordo com o Delegado, na saída, as mulheres fingiam querer manter contato com o anfitrião, pediam o telefone da pessoa e, quando já estavam de posse do cartão, as suspeitas ligavam para as vítimas simulando ser de uma instituição bancária para ter acesso à senha do cartão, como detalha Machado: "elas diziam para a vítima que eram do banco, falavam a agência e a conta da pessoa, e pediam a senha. De posse desses dados elas acessavam as contas, faziam retiradas, compras e até empréstimos em nome das vítimas".
Lafaiete
As investigações da Polícia Civil ainda revelaram que, durante cerca de um ano em que as suspeitas praticaram o crime, elas furtaram aproximadamente 200 mil reais. Uma das vítimas que teve o cartão furtado na cidade de Conselheiro Lafaiete, em 2018, teve o salário de aposentadoria levado. A vítima tinha 100 anos de idade na época. Outra vítima, da cidade de Contagem, na região metropolitana da capital, teve R$ 10 mil furtados e em outro caso, uma vítima, moradora do bairro Santa Rosa em Belo Horizonte, teve um prejuízo total de R$ 60 mil. As mulheres ainda aplicaram golpes nas cidades de Abaeté, Barbacena, Boa Esperança, Bom Despacho, Carmo da Mata, Carmópolis de Minas, Cláudio, Divinópolis, Formiga, Lavras, Oliveira, Pará de Minas, Ponte Nova, Santa Luzia, São João del-Rei, São Tiago, Sete Lagoas, Três Corações e Três Pontas.
Apesar do valor acumulado pela dupla, ainda de acordo com os levantamentos da PCMG, elas optavam por agir em bairros mais pobres e na zona rural, quando atuavam no interior. O Delegado Thiago Machado também explicou essa estratégia. "Elas preferiam pessoas idosas que ficavam sozinhas em casa, pessoas que não poderiam contratar um acompanhante ou cuidador, por exemplo. E sempre agiam em horários em que as demais pessoas da família estariam trabalhando", observou. O Delegado ainda destacou: ¿elas furtavam o que encontravam, chegamos a identificar saques feitos no valor de R$20 reais".
As suspeitas foram presas no dia 12 de março, em flagrante, quando praticavam o golpe. No mesmo dia, elas chegaram a visitar 20 casas em busca de vítimas. Com as suspeitas, foi preso Wilderley Dias da Silva, 46, anos, que segundo as investigações seria o responsável por transportar as suspeitas pelos bairros de Belo Horizonte e nas outras cidades onde agiam.
Durante as investigações, no dia 5 de abril, foi preso também Rafael de Oliveira Andrade, filho de Magna, que se encontrava foragido há mais de cinco anos por condenação de tráfico de drogas. As investigações continuam para verificar se toda essa quantia movimentada pelo grupo criminoso era usada no tráfico de drogas ou na compra de bens para lavagem de dinheiro.
Fonte e foto: Polícia Civil
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Postado por Redação, no dia 04/06/2019 - 08:35