Desculpe a pergunta, mas... quantos anos você tem? Não acha que já está na hora (ou já passou) de ter um filho? Essa pergunta é cada vez mais comum a uma geração de mulheres que aceitou o desafio de conciliar estudos, trabalhos e vida pessoal. Com isso, tem deixado para cada vez mais tarde a maternidade. O problema é que o relógio biológico não para e, com o passar dos anos, engravidar não só se torna mais difícil, como mais perigoso. E a resposta para isso, conforme destaca a nutricionista Amanda Oliveira, está nos hormônios: “A menina nasce com todos os óvulos já prontos. Porém, imaturos - vão amadurecendo com a idade e começam a ser liberados a partir da menarca (ou primeira menstruação). Já o menino produz espermatozoides diariamente. Ou seja, a mulher tem “prazo de validade” em seu período reprodutivo”, explica.
E é exatamente por causa dessa variação hormonal que, segundo a nutricionista, o período fértil da mulher vai de 20 a 27 anos de idade, podendo estender sua saúde ovulatória até, em média, 40 anos. “A mulher é um tsunami hormonal. Todo mês, oscila entre estrogênio, progesterona, LH, FSH, estradiol, que são responsáveis pela manutenção do ciclo menstrual regular. A cada ciclo menstrual, ela libera um ou mais óvulos para ser fecundado pelo espermatozóide e formar o feto. Quando isso não acontece, o endométrio se descama e a mulher menstrua, dando início a um novo ciclo. A ovulação ocorre no 14° dia, contado a partir do 1° dia da menstruação, tendo como margem de risco para engravidar essa data. Claro que uma mulher estressada e ansiosa pode ovular em outro dia do ciclo, o que explica gravidez fora do provável dia fértil”, pontua.
A escolha da mulher moderna, em deixar para engravidar depois dos 35 anos pode ser um problema - ou não: Tudo vai depender do estado nutricional da mulher, estilo de vida, saúde emocional e alimentação. “Existe uma relação entre LH/FSH que sugere qualidade ovular - óvulo velho e óvulo jovem. O óvulo envelhecido favorece gestações problemáticas, com fetos acometidos por Síndrome de Down, problemas de má formação, abortos, natimortos, eclampsia, dentre outras alterações genéticas. A espessura do endométrio, o volume de sangue eliminado na menstruação, a variação de dias do seu ciclo menstrual, enfim, tudo isso e muito mais são avaliados por mim e dizem muito sobre a saúde da mulher”, adianta Amanda Oliveira.
Engravidar não é tão simples assim
Amanda Oliveira destaca que o espermatozoide vive, em média, 5 dias na região genital da mulher. Mas o óvulo sobrevive somente 24h após a ovulação. Logo, engravidar não é tão fácil quando se parece. Por isso, para gerar uma nova vida, pensando na saúde da mãe e do bebê, é preciso conter esse tsunami, transformando o organismo em um mar tranquilo: “Mulheres que estão há 1 ano tentando engravidar, quando iniciam o tratamento nutricional, costumam engravidar com 4 meses, devido ao equilíbrio nutricional que a alimentação saudável proporciona”, adianta.
Isso acontece porque o organismo é todo sincronizado. Logo, quando uma deficiência nutricional é suprimida, há uma melhora de todo o quadro sistêmico. “Nutrir o óvulo é algo completamente acessível e importante de se fazer após os 30 anos de idade. A nutrição prepara a mulher para engravidar, melhorando o status nutricional, nutrindo o óvulo, gerenciando o peso ideal pré-gestacional e gestacional, adequando as calorias/ nutrientes /antioxidantes / fitoquímicos da dieta, conferindo sabor às preparações, melhorando a funcionalidade dos nutrientes, modulando o estress oxidativo e emocional além de melhorar a microbiota intestinal”, lista.
Mas é muito importante lembrar que o homem também tem muita responsabilidade na geração de uma nova vida. “O problema nem sempre está na mulher. Alguns espermatozoides têm caudas pequenas ou malformadas, são lentos demais e morrem antes de chegarem ao seu destino. Às vezes, o sêmen pode não conter espermatozóides ou o volume de líquido seminal pode ser pequeno, o que inviabiliza a fecundação. Por isso, a nutrição entra sim como uma ferramenta essencial para a geração da nova vida e para a saúde da mãe, mas o acompanhamento de um médico obstetra, ou, em casos mais complicados, um especialista em fertilidade, devem fazer parte desse processo”, finaliza.
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Postado por Redação, no dia 16/05/2019 - 15:39