Emocionante, catimbada, nervosa, molhada pela chuva, mas, às vezes, premiada com raios do sol. Barulhenta, dentro e fora do campo. Disputada com muita inteligência... São muitos os adjetivos que poderiam ser acrescentados à grande final da Copa Amalpa, decidida na tarde chuvosa do dia 3, no estádio Santa Matilde, em Lafaiete. Em campo, os ?22? guerreiros digladiavam em busca dos gols que lhe dessem o título. Fora do alambrado, a presença recorde na história do ?Santa Matilde? de um público ávido por futebol, interessado, que não arredava o pé, suportava a chuva debaixo de sombrinhas, guarda-chuvas e da inacabada coberta. Mas quando a chuva dava a estiada, e até o sol se encorajava para ver o jogão, todos voltavam a se acotovelar à beira do alambrado.
Ninguém queria se dar ao luxo de perder um lance. Prefeitos, secretários, autoridades e executivos também estavam fitados no jogão. Depois da vitória de Casa Grande, em casa, por 6 a 3, restava a Lafaiete fazer a obrigação de mandante: vencer, para forçar a prorrogação. A bola rolou e Yan foi a surpresa no gol casa-grandense, em substituição a Toton, pela expulsão. As duas equipes alternavam o domínio do jogo e a adrenalina ia aumentando, até que, aos 35? minutos, a bola viajou de pé em pé, de um lateral na direita até a ponta esquerda. Felipe recebeu o passe de Jéssie, chamou a responsabilidade, cortou um, dois e três seguindo a linha da área e finalizou no canto de Yan, 1 a 0, Lafaiete.
Era um teste para se medir a batida cardíaca de Casa Grande. Veio o 2º tempo e Lafaiete chegou mais perto da primeira meta. Aos 3 minutos, o cruzamento de Aislan, da direita, encontrou Dudu na área para fazer 2 a 0. Faltava um gol para os comandados de Pedro Tucano alcançarem o objetivo do empate no saldo de gols. E a partida ficou ainda mais dramática. Pelo nervosismo e pelo campo molhado, as jogadas mais duras passaram a acontecer mais ?a miúde?. A cada bola alçada sobre a área, os gritos das torcidas eram mais volumosos. Fim dos ?90? e o placar se manteve.
A condição técnica das duas equipes se equivalia, tanto que, na final, cada uma venceu uma e a diferença era de um gol no placar agregado. Com esse resultado a vantagem ? que alguns menos avisados não conseguiam enxergar no regulamento ?justinho? ? era de Casa Grande. E foi essa vantagem que determinou a forma inteligente de jogar usada pelos casa-grandenses.
As emoções não diminuíram. Pelo contrário: aumentaram. Fim dos primeiros 15 minutos e a disposição dos ?guerreiros? era ainda maior, mesmo com o desgaste do campo pesado. E novamente o regulamento ?justinho? forçou as últimas gotas de suor e a busca pela vitória, o único objetivo de cada equipe. Se não acontecesse ?um gol?, Casa Grande seria campeã. E se acontecesse um gol ?da equipe de branco?, Lafaiete seria a campeã. E esse gol aconteceu aos 6 minutos, com Charles, que mandou na rede. Lafaiete ficou campeã naquele minuto. Como o dia era reservado para fortes emoções, o empate de Casa Grande aconteceu no minuto seguinte, com Rogério, 1 a 1.
A partir daí, ?não teve mais jogo?. Tafarel, por Lafaiete, e Diego, por Casa Grande, foram expulsos por violência. O árbitro Antônio Chaguinha avisou que só recomeçaria com a presença da Polícia Militar ou da Guarda Municipal. A negociação demorou alguns minutos, mas a partida foi reiniciada para se jogar os restantes 8 minutos. Nesse curto tempo, a bola foi lançada ?para o mato?, em direção ao Tiro de Guerra, umas 10 vezes. Lafaiete ?chuverava? e Casa Grande ?espanava?, até que Yan resolveu mudar: fez o lançamento preciso para Jeanderson na ponta esquerda. Ele lançou para a chegada de Dieguinho, fora da área, na altura da segunda trave, pela direita. Diego escorregou, mas ainda conseguiu o domínio e o chute para fazer 2 a 1. Em Casa Grande, o 6º gol local também foi marcado por Dieguinho.
Lafaiete e Casa Grande fizeram uma decisão digna de uma competição que teve emoção em todas as fases.
Casa Grande ? A campeã atuou com Yan, Deivid (Jeanderson), Diego, Dione e Mateus; Sérgio (Junior), Tulio, Jonathan (Dieguinho) e Mulico (Merlon/Andrei); Rogério e Tiago Arcênio, o artilheiro com 12 gols. Toton, que cumpriu suspensão, foi o goleiro menos vasado e também recebeu seu troféu. Técnico Rodrigo Cota, auxiliar Eder e Marco Antonio, o massagista. E torcida de Casa Grande, que foi o ?camisa 12? em toda a Copa Amalpa.
Lafaiete ? Gabriel, Aislan, Tião, Victor (Rodrigo) e Jéssie; Pity (Charles), Felipe, Dudu e Luan (Tafarel), Kalarran e Isaque (Tiago Negão). Técnico Pedro Tucano e o auxiliar e massagista Marquinhos.
A escolha do atleta revelação foi muito disputada, mas o jovem goleiro Jackson, de Itaverava, com 16 anos, foi o escolhido pelas brilhantes defesas.
A Comissão de Organização da Copa Amalpa foi composta pelos ex-presidentes da Liga, Vicente Faria e José Lúcio Chaves e por este repórter, Amauri Machado. Lamim, Santana dos Montes, Queluzito e Itaverava também participaram.
Arbitragem
Foram muitas as reclamações contra a escalação e atuação do trio de arbitragem. As maiores, em relação ao árbitro Antônio Resende Chaguinha, que não havia sido escalado em nenhuma partida da Copa pela direção da Arbitrar e outras ao auxiliar Marcelo Fernandes. Sidclei Jorge foi o outro auxiliar e, na premiação, recebeu o troféu de melhor árbitro nesta Copa Amalpa. A responsabilidade da escalação dos árbitros coube a Arbitrar, a associação de árbitros recém-fundada. (Amauri Machado)
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Escrito por Esporte, no dia 14/12/2017