Sempre motivado pelo desejo de não deixar passar a oportunidade de conhecer outros locais de pesca, fui com o Chiquinho, André e Pascoal em direção a um local que já foi muito famoso e bem frequentado por pescadores lafaietenses. Nosso destino? O rio São Francisco, próximo à cidade de Matias Cardoso, onde os proprietários da Socorro Barão possuem um ótimo rancho, bem às margens do rio. Não tínhamos grande expectativa de pegar muitos peixes, devido à terrível situação de seca que estamos vivendo. Mas ainda assim, tivemos algumas pudemos contar surpresas agradáveis, como conhecer algumas plantações do projeto Jaíba, principalmente, as de banana.
Pela própria situação de pobreza da região, o projeto parece ser uma das poucas coisas boas daquele entorno. Para nossa surpresa, o rio ainda tem bom volume de água, apesar das enormes bombas que fazem a irrigação das grandes plantações. Para se ter uma ideia, no flutuante existente nos fundos do rancho, a profundidade é de mais de 3 metros - boa, considerando-se a situação desagradável da maioria de nossos rios. No trecho onde navegamos, mais ou menos uns 3 km rio acima, apesar de algumas áreas assoreadas no meio do rio, a navegação foi muito tranquila.
Em conversa com pescadores da região, ficamos sabendo que a melhor época para pesca é a partir do mês de agosto, mas que a prática tem sido prejudicada neste ano, devido ao volume das águas, algo em torno de 2m abaixo do normal. O peixe mais procurado na região é a famosa piapara (piau verdadeiro), com relatos de algumas com mais de 5 kg. Destaque também para o pacu caranha, também muito comum na região.
O principal destaque negativo ficou por conta de um fenômeno que tem ocorrido nos últimos quatro anos. Segundo eles, com o aquecimento das águas, ocorre uma grande mortandade de caramujos - aqueles mesmos que são excelente isca para as piaparas. É algo realmente inacreditável: não são alguns caramujos mortos. São centenas deles, descendo o rio dia e noite, chegando a causar mau cheiro quando se acumulam mortos em algum obstáculo. Como consequência, os peixes encontram alimentação farta no rio e não têm necessidade de procurar alimento. Ainda assim, conseguimos alguns bons exemplares, principalmente de pacus, além de duas piaparas de respeito.
Na região, ainda não conhecem o estilo ?rodadinha?. Talvez por este motivo, sem falsa modéstia, demos um banho nos pescadores de lá. A pescaria cumpriu plenamente o objetivo a que se propunha: conhecemos uma região completamente diferente, um rio muito largo e ainda profundo na maioria do seu curso. Como destaque positivo, a honestidade do pessoal da região. Vimos situações completamente fora dos padrões a que estamos acostumados.
Para se ter uma ideia, existe lá um rancho para aluguel, cujo flutuante tem toda estrutura dentro do rio, tal como: fogão com botijão de gás, pia, freezer e uma lancha com motor de 60 HP, além de um barco menor. Tudo dentro da água e sem ninguém vigiando. Difícil de acreditar. Queremos deixar nossos sinceros agradecimentos ao Barão, proprietário do rancho, que nos proporcionou mais uma grande aventura. Finalizando, nossa tristeza em ver vários rios com o leito completamente seco, com destaque para o rio Verde, próximo à cidade de Montes Claros.
Ronaldo de Oliveira
Pescador e empresário
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Escrito por Pesca, no dia 01/11/2017