Estamos atravessando um dos piores momentos para a pesca dos últimos anos. Desta vez, diversos fatores aconteceram ao mesmo tempo. O frio deste ano tem sido rigoroso e teima em não ir embora. Como se não bastasse, nossos rios estão com um volume de água que já preocupa até o abastecimento normal em nossas casas. Os pescadores, em sua maioria, estão sem ação, ávidos por uma aventura, mas cientes de que a época e as condições não são as mais indicadas.
Alguns não suportam aguardar mais um tempo e se aventuram a ir, mesmo sabendo que as chances de sucesso são mínimas. Os que têm ido, pelas notícias que tenho recebido, estão ?amargando o bico?, como se diz na gíria. Em momentos assim, algumas dicas podem fazer a diferença. Para os que gostam da pesca do tucunaré, temos uma boa opção no lago da represa de Três Marias, considerado por alguns como o melhor local fora da bacia amazônica.
Como a maioria dos peixes, o tucunaré hiberna quando a temperatura cai abaixo de 18º graus. Às vezes, o pescador passa várias horas pinchando como um louco em todo canto, estruturas, raso, fundo, meia-água e não obtém nenhuma ação. Então, a alternativa para tentar alguma fisgada é a utilização de jigs, explorando o fundo dos lagos. Quem quiser se interessar pelos jigs no fundo, com certeza, vai rever seus conceitos sobre varas e linhas, se quiser maior sensibilidade.
Deve-se, nestas ocasiões, procurar os locais mais profundos, pois é para estes locais que os peixes migram procurando outras estruturas ou coberturas. Geralmente, nessas ocasiões, o peixe está agrupado em cardumes, o que é muito bom quando descobrimos onde eles estão. Existem várias formas de se trabalhar um jig e escolher alguma delas requer um pouco de conhecimento, pois depende das estruturas a serem exploradas.
Existem vários modelos com cabeça de formatos diferentes e cada qual tem sua eficiência para cada estrutura ou cobertura. A estrutura é aquilo que está fixo e não muda de local, tipo uma árvore enraizada, pedra ou ruína de alguma construção. Coberturas são móveis, como árvores soltas, algas submersas e outras, que aparecem e somem conforme as mudanças no espelho d?água e outros fatores, como a corrente de ventos. Nestas condições, geralmente os tucunarés atacam o jig na caída ou meia-água, em trabalhos rápidos.
Na verdade, isto é notado quando se pesca em dupla e um dos dois alterna o trabalho. Vale lembrar que se os pescadores estiverem com pesos e cabeças de jig diferentes, muda-se completamente a sua profundidade de trabalho. Nessa pescaria, os pesos que mais rendem são os de 5 a 10g, para a pesca um pouco mais no fundo. Para quem for se arriscar, não deixa de ser uma boa dica, sempre lembrando que a paciência é o segredo do sucesso do pescador.
Ronaldo de oliveira
Pescador e empresário
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Escrito por Pesca, no dia 17/08/2017
