Nesta semana, a coluna ouviu dois conhecidos pescadores esportivos da cidade para saber deles qual era a pescaria ideal. Antônio Piteira, proprietário da Uirapuru Rações e Pesca, que funciona no bairro Carijós, e Marco Aurélio Rossine, médico nas horas de folga e pescador inveterado, disseram, entre muitas outras coisas, que a pescaria é o momento único para se contemplar a natureza e ter uma conversa reservada com Deus, em meio ao rio, à mata e a imensidão do universo.
?Pescar, para mim, é ir ao encontro do Criador. Tenho todo um ritual que começa ainda na reunião com os companheiros, passando pelos preparativos da viagem, a aventura e a chegada à beira do rio ou lago onde se pretende pescar. Naquele momento, agradeço a Deus por me dar a oportunidade única de estar ali, preparo o acampamento, as tralhas, o café da manhã e me sento à beira do curso d?água para contemplar aquela imensidão verde. Só depois desse ritual que jogo o anzol na água?, disse Piteira, para quem o peixe é apenas parte do contexto e um companheiro de primeira hora.
Segundo ele, os primeiros peixes fisgados, geralmente os grandes lambaris do rabo vermelho, recebem um beijo de agradecimento e são soltos para que continuem suas vidas. ?Numa pescaria, nós, os pescadores, somos os juízes. Somos nós que decidimos se o peixe, nosso amigo inseparável, vai viver ou morrer. E eu sempre opto pela primeira opção: comigo o peixe sempre volta para a água e dá sequência à dança da reprodução.
Acostumado às grandes pescarias, Marco Aurélio Rossine tem o esporte no sangue. Ele se declara um apaixonado pela pesca e já chegou a anzolar, sozinho e Deus, na Amazônia e no Mato Grosso. ?Costumo dizer, de brincadeira, que sou médico nas horas vagas e pescador inveterado no resto do dia. Recomendo a pescaria para todos os males da vida?, disse Marco Aurélio, que é um dos líderes da famosa e tradicional turma de pesca dos Tracajás e mentor da Turma do Mário, que, inclusive, prepara uma pescaria para o Suriname no próximo ano.
Marco acha que toda pessoa deveria dedicar um tempo à pesca. ?O ser humano que não conhece o esporte acha que a pescaria é chata, ruim, entediante, etc., mas a busca pelo peixe e a consequente soltura é apenas um dos elementos que engloba esse esporte apaixonante e que a cada dia emociona mais e mais pessoas. O contato com a natureza, os preparativos, as amizades, a solidariedade entre os aventureiros, tudo isso num único esporte. Por isso, eu recomendo, sempre. Na dúvida, vá pescar?, finaliza.
P. de souza
Repórter e pescador esportivo
Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383
Escrito por Pesca, no dia 17/06/2016