No artigo desta semana, vamos falar de um problema grave de saúde pública que afeta pessoas e cães: a leishmaniose canina. Esta Zoonose (doença que pode ser transmitida de animais para seres humanos) tem como vetor no Brasil o mosquito palha, em alguns locais também conhecido como birigui ou tatuquira (Lutzomyia longipalpis).
Ao picar o cachorro, o mosquito palha transmite o parasita da leishmaniose, um protozoário conhecido como Leishmania sp, que ao se multiplicar ataca vários órgãos, como fígado, baço e a medula óssea. Os sintomas mais frequentes da doença são lesões, descamações, infecção nas patas (pododermatite), pele grossa, unhas grandes (em forma de garras), feridas nas orelhas que nunca saram e problemas nos olhos como secreção recorrente. Ainda é comum, o cão apresentar nódulos e caroços pelo corpo, muitas vezes aumentando o volume dos gânglios linfáticos em várias partes do corpo do animal, artroses, magreza e outras alterações sistêmicas.
O diagnóstico da doença não é fácil, pois além desses sintomas, existem outros sintomas que variam de caso a caso. Como a Leishmania ataca o sistema de defesa das células, várias estruturas internas podem ser agredidas como rins, fígado, estômago e intestino. Por isso, alguns animais poderão apresentar diarreia, vômito e sangue nas fezes. Já, quando a medula óssea é atingida pela doença, a produção de células sanguíneas pode ser reduzida, gerando anemias, prostração grave e tornando o organismo do cão mais suscetível a outros quadros graves de infecção.
Vale destacar ainda, que mesmo com tantos sintomas possíveis da leishmaniose canina, muitos animais podem ser contaminados e não apresentarem os sintomas, ou seja, terem a leishmaniose de forma silenciosa.
Levando isso em consideração, o diagnóstico da doença ocorre muitas vezes durante a observação do médico veterinário e por exames laboratoriais. Entre eles, a histopatologia, onde a partir de pedaços de pele (biopsia) do animal são observados em microscópio a presença do parasita. Os exames de sangue e sorologias são outras opções de investigação da doença. Tais técnicas são utilizadas para constatar a doença, contudo os falsos negativos podem ocorrer caso a infecção ainda esteja em seu início ou seja branda.
A leishmaniose canina não tem cura, hoje existe tratamento e o mesmo depende do estado do animal e pode necessitar de um ou mais medicamentos e é para o resto da vida do cão. Dessa maneira, como sempre lembramos aqui, a prevenção é o melhor caminho. No caso dessa doença, o mais importante é evitar o contato do mosquito com os animais. Em lugares onde existem grande quantidade de mosquitos palha, as prefeituras podem fazer o conhecido "fumacê" para combater o mosquito.
A utilização de coleiras e outros produtos de efeito repelente restringem a aproximação do mosquito e devem sempre ser utilizados nos animais, principalmente em áreas endêmicas. Também existe uma vacina, mas, infelizmente, a mesma está fora do mercado desde o final de maio e estamos aguardando novas informações da empresa sobre seu retorno.
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Escrito por Cuide bem do seu Pet, no dia 23/06/2023
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