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Pesca


Chuva revigora a piracema, e pescadores esperam período de bonança



Após dois anos terríveis (2013 e 2014), ocasião em que praticamente não tivemos a piracema devido à falta de chuvas, felizmente no último ano e no começo deste, as chuvas têm caído com bastante regularidade, enchendo de esperança não somente os pescadores, mas a toda população de um modo geral, já que a falta de água estava se tornando uma ameaça cada dia mais real.

Falando sobre os prejuízos apenas na visão dos pescadores, sem a piracema dos últimos anos, vários recordes negativos foram batidos. Nunca se pegou tão pouco peixe e também nunca se viu volume tão baixo, tanto nas represas quanto nos rios. Sem condições naturais adequadas, a piracema foi seriamente ameaçada e em alguns locais acreditamos que não aconteceu. Foi muito triste fisgar peixes ovados, de todas as espécies, praticamente durante todo o ano.

Sem a possibilidade de seguir o ciclo natural, os peixes não desenvolvem as ovas, que endurecem e não servem para mais nada. Surgiu ainda um agravante: com um volume baixo de água, os peixes tendem a se aglomerar nos poços mais fundos, tornando-se desta maneira presa fácil para os chamados ?profissionais?, cuja ganância não os deixam enxergar que estão cavando a própria sepultura. Tivemos a oportunidade de presenciar fatos desta natureza no rio Paracatu, na região do rancho ?Cinco Amigos?, onde pescadores deste tipo, após acabarem com o rio Urucuia, estão fazendo ponto no Paracatu, matando peixes de todos os tamanhos e espécies.

Na véspera do início da piracema eles estavam lá e conseguiram pegar bastante surubins, na faixa de 10 a 30 Kg e não mostraram interesse em vender os peixes na beira do rio, visando a montar um esquema que praticamente funciona assim: pela legislação eles têm que declarar os peixes que têm em estoque para que possam comercializá-los durante o período da piracema. Então o que eles fazem: declaram, por exemplo, 10 surubins, e não vendem estes peixes, mas continuam pescando e vendendo. Se houver alguma fiscalização (algo muito raro) eles mostram os peixes declarados, que passarão a ser o objeto da venda. O fato envolve muitas etapas, e quem compra também ajuda a manter o esquema, já que se não houvesse compradores, eles não teriam razão para pescar. Algo como se não houvesse corruptores, não haveria corruptos, caso de difícil solução.

Mas o volume de chuvas neste ano, ainda que alimente uma grande esperança, não é motivo para grandes comemorações. Não sabemos a que nível chegou à sobrevivência de algumas espécies, já que existem umas que são bastante vulneráveis. Quantas lagoas ribeirinhas conseguiram sobreviver? E os alevinos: será que serão agora conduzidos ao leito do rio principal, em condições de seguir o ciclo normal e proporcionarem grandes emoções aos amantes da pesca esportiva? Só o tempo poderá dizer. Particularmente, acho que precisaremos de, no mínimo, mais um período de bonança.

Esperamos que não tenhamos mais que viajar longas distâncias para praticar uma simples pesca de lambaris. A propósito, somente para relembrar, antigamente a gente os fisgava bem próximo a Lafaiete, no Almeidas, no Palmeiras, em Pedra do Sino, e em outros locais próximos. Com o passar do tempo, a distância foi aumentando, rio do Peixe, em Piracema; rio Grande, em Ribeirão Vermelho; rio São João, em Inhaúma e Torneiros etc. Daí apareceram os rios próximos a Dores do Indaiá, Os 3 Jorges, e o mais famoso de todos,  o córrego dos veados, situado a 360 Km de Lafaiete, mesma distância de Três Marias. Não bastou, os lafaietenses já estão pescando no rio Quebra Anzol, no Triangulo Mineiro, bem próximo à cidade de Araxá, a exatos 480 Km de distância. Qual será nosso limite, se é que ele existe.

 

 



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Escrito por Pesca, no dia 12/02/2016




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