A procura por divórcio tem aumentado durante o período de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. A busca por informações sobre divórcio online gratuito tem disparado o rank de pesquisas do Google Brasil, com um aumento de 9.900%. Os números revelam que a taxa de rompimento entre casais teve uma alta significativa. Esse isolamento social forçado pela pandemia aumenta o convívio entre os casais, e justamente esse aumento do convívio gera conflitos. Por conta disso, a probabilidade de haver mais divórcios é muito maior. Muitos casais estão passando por um momento de stress e abalo emocional.
A quarentena trouxe à tona o panorama sobre muitos relacionamentos. A realidade é que muitos casais já vivenciavam relações instáveis, como conflitos financeiros, abusivos, entre outros. Muitos relacionamentos eram apenas sustentados pela rotina. Diferentemente do que muitos pensam, a quarentena não tem culpa pelo fim dos relacionamentos. É claro que ela acentua problemas vividos pelos casais, mas está longe de ser o fator central.
Portanto, é importante observar se esse relacionamento já vinha sendo negligenciado. O divórcio surge pelo extremo, quando não se consegue mais dialogar e admirar. Há também o peso da falta de habilidade de convivência: é difícil conviver com alguém todos os dias, isolados, e conhecer o outro verdadeiramente não é fácil. Muitos casais não estão preparados.
As pessoas andam cansadas, estressadas, cheias de assuntos mal resolvidos, e a rotina logicamente é uma válvula de escape. Logo, a pandemia aparece e a sensação de incompatibilidade surge. Para muitos casais, o que era suficiente deixou de ser durante a quarentena. E quando o casal se depara com essa nova realidade, as fragilidades vêm à tona e a vida real se mostra bem diferente.
Com essa mudança da rotina, os casais precisam se reinventar e passar mais tempo juntos. E passar dia e noite com a mesma pessoa em momentos de stress, muitas tarefas e, muitas vezes, em home office com trabalho dobrado, acaba ficando mais pesado. O processo de convivência é muito complicado; as pessoas precisam se reinventar para que tudo dê certo. É preciso delimitar os espaços. São 24h em um ambiente, e se as pessoas não souberem qual o seu papel dentro da relação, há grandes chances de conflitos e divórcios.
Mas será que a pandemia trouxe à tona a triste geração das “relações líquidas”, em que tudo é quase descartável? Muitos casais negligenciam seus compromissos e responsabilidades dentro da relação. As relações se baseiam em laços e quando não estão fortalecidos, os casais geralmente fogem dos problemas, enfraquecendo assim a possibilidade de resolução dos conflitos.
Bom, relacionar-se exige empenho e muita dedicação. Conviver é um exercício de resiliência diário e muitas pessoas não querem ter esse trabalho, não sabem e não reconhecem que dentro de uma relação existe renúncia de ambas as partes. As relações contemporâneas estão mais frágeis e pouco duradoras. O outro sempre vive em busca de algo melhor e passa a descartar e substituir as pessoas como se o ser humano fosse uma mercadoria.
Ficar preso a uma relação que não o faz feliz não é nada saudável e inteligente. Mas é preciso parar e voltar seu olhar para dentro da relação e compreender que no relacionamento ambos devem estar inclinados a sacrifícios, para que o casal não acabe perdendo a empatia e busque como alternativa o divórcio.
Se você está infeliz dentro da sua relação, e compreende que há necessidades de mudanças, independente se essas mudanças direcionam para o reencontro do amor entre o casal, ou para o desejo de divórcio, esse é o momento de procurar ajuda profissional. A psicoterapia auxilia no desenvolvimento do autoconhecimento, da sabedoria e, consequentemente, pode te ajudar construir e manter relações mais saudáveis.
“O amor não encontra seu significado na ânsia pelas coisas feitas, mas no impulso de participar da construção dessas coisas.” Zygmunt Bauman.
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Escrito por Renata Assis, no dia 13/10/2020