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Os adoçantes são fabricados a partir de um edulcorante (substância que adoça os alimentos). Existem diversos tipos de edulcorantes, eles têm a capacidade de adoçar mais do que o açúcar, porém inserido em menor quantidade. Encontra-se em duas classes: naturais e artificiais.

Os naturais são provenientes de açúcares, entre eles: sorbitol,  manitol, estévia, frutose. Eles contém menos calorias comparados ao açúcar comum, alguns casos como o stévia, que é isento de calorias. Por outro lado, os adoçantes artificiais não fornecem calorias. Pertence a essa classe: sacarina,  ciclamato, aspartame, sucralose, acessulfame-k.

Os adoçantes passam por um processo rigoroso de testes para verificar sua toxicidade antes de serem comercializados, porém existem poucas evidências que relatam as consequências do consumo de adoçantes em longo prazo. Diante disso, faz-se necessária cautela no uso destes produtos. Sua ingestão deve ser orientada por médico ou nutricionista e sempre respeitando o nível de ingestão diária aceitável (IDA). Os valores variam de acordo com o indivíduo, visto que a recomendação diária é realizada por cálculo considerando o peso (kg).

Ao surgir no mercado alimentício houve a  polêmica quanto a utilização de adoçantes serem prejudiciais à saúde, em especial quanto ao desenvolvimento de câncer. Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, estudos com a sacarina nos anos 1970 demonstraram relação entre seu consumo e o câncer de bexiga em animais. Entretanto, após mais estudos, chegaram à conclusão que o câncer não era desenvolvido em humanos.

Em relação ao aspartame, os estudos existentes com animais evidenciaram  que para o surgimento de câncer seria necessária uma ingestão exacerbada de consumo. Porém, estudo recente com animais que avaliou a ingestão de uma quantidade de aspartame que corresponderia a uma ingestão humana de 20 mg/ kg, menor que a ingestão diária aceitável (40 mg/kg), encontrou associação com linfoma, leucemia e carcinomas de pelve e ureter. Em humanos, estudos que avaliaram a ingestão de aspartame e a probabilidade de câncer (linfoma, mieloma múltiplo e leucemia) obteve associação significativa.

Sobre  o ciclamato, estudos realizados em ratos demonstraram, associação com câncer de bexiga, além disso possíveis chances de câncer em humanos. Diante desse resultado houve sua proibição nos Estados Unidos, mas, novos estudos foram realizados e concluíram que o ciclamato não é um agente carcinogênico, porém sua proibição foi mantida.

A sucralose é um adoçante artificial feito a partir de molécula de açúcar modificado. contém sabor agradável, não proporcionando sabor artificial. Utilizado em gestantes e lactantes visto que sua segurança para essas mulheres foi evidenciada, além disso não existe correlação com câncer. Estudos em ratos mostraram que a sucralose interage com sensores químicos no trato gastrointestinal (TGI), altera a função da tireoide e modifica a composição microbiana do TGI, com maior redução das bactérias benéficas ao organismo. Pesquisas em seres humanos e também em ratos demonstraram que a sucralose pode modificar os níveis de glicose, insulina e hormônio GLP-1.

A estévia é um adoçante natural extraído da planta Stevia Rebaudian. Considerada segura para ser utilizada por gestantes e lactantes. Também pode ser usada em pacientes com fenilcetonúria e não foram descritas reações alérgicas até o momento.

Alguns profissionais têm orientado quanto ao rodízio entre os adoçantes, desse modo uma mesma substância não será utilizada por muito tempo, mas não há comprovação que esta estratégia seja vantajosa, pois são encontrados poucos estudos na literatura que analisam o consumo dos adoçantes em longo prazo e em humanos, conclui- se que é necessário mais estudos sobre o uso dos adoçantes e seus efeitos à saúde ao longo da vida. 



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Escrito por Graziele Mendes, no dia 05/03/2020

Graziele das Graças T. Mendes


Nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica e Esportiva

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