A queda de cabelo é um processo natural, que faz parte do ciclo de crescimento dos fios. Muita gente não sabe, mas é normal perder entre 60 e 100 fios por dia. Mas quando o volume ultrapassa esse limite, acende um sinal de alerta e é hora de buscar as origens do problema. De acordo com a nutricionista Amanda Oliveira, alterações hormonais, estresse, carência de vitaminas e anemia são as principais causas: “Os cabelos contêm uma quantidade significativa de proteínas em sua composição, assim como bons níveis de minerais (como o zinco, ferro, cálcio), sendo estes essenciais para a construção dos fios. As vitaminas (como a biotina, a vitamina C, E, pantenol) participam no processo de formação dos fios e sua ausência nas células da raiz pode acarretar em problemas de formação da estrutura capilar”, explica.
Conforme situa a nutricionista, nossos hábitos alimentares refletem na nutrição dos fios capilares: “Nossa alimentação é baseada no estilo de vida ocidental, deixando a desejar na quantidade ideal de proteínas boas, oleaginosas, grãos e cereais integrais. É pobre em minerais, fibras, antioxidantes, fitoquímicos e vitaminas, mas rica em carboidratos e gorduras ruins. Quando a ingestão dos nutrientes que ajudam na diminuição da queda, crescimento e nutrição dos fios é insuficiente, os cabelos ficam frágeis, quebradiços, sem brilho, com pouca elasticidade e também há queda capilar”, alerta.
Amanda Oliveira lembra que existem, ainda, como causas para a queda de cabelo, o baixo nível de testosterona, problemas de ansiedade e depressão (ligados ao baixo nível de serotonina na fenda neuronal), carência nutricional alopécia androgenética (calvície familiar), algumas doenças desabsortivas, excesso de química (luzes, progressivas) e agressores capilares (escova, prancha). “Várias podem ser as causas da queda. Mas todas estão relacionadas à diminuição dos níveis séricos de vitaminas e minerais responsáveis pelo crescimento, fortalecimento e nutrição do fio”, acrescenta. E é exatamente por isso que a correção de hábitos alimentares errôneos costuma ser suficiente para cessar a queda de cabelo, desde que ela esteja relacionada somente à baixa ingestão de nutrientes. “Quando o paciente não colabora com uma alimentação adequada ou não pode comer determinados tipos de alimentos, a suplementação nutricional é fundamental”, explica.
Cabelos brancos
O branqueamento dos fios costuma começar entre os 35 e 45 anos, por causa de uma redução progressiva da função do melanócito, responsável pela produção da melanina, pigmento que dá cor aos fios. Mas esse processo está cada vez mais precoce, podendo surgir ainda antes dos 20. “Esse distúrbio costuma ser genético, mas doenças como a anemia perniciosa e disfunções da tireoide podem agravá-lo. A perda da melanina enfraquece bastante os fios. Por isso, é comum notar uma queda bem maior dos fios brancos em pessoas com o cabelo grisalho. Eles também estão mais suscetíveis ao ressecamento. Portanto, é importante usar fortalecedores e fazer hidratações periódicas”, orienta a nutricionista.
Saúde do intestino
O intestino é o nosso segundo cérebro e, entre várias funções, é o órgão responsável pela absorção de nutrientes. Medicações, bebidas alcoólicas, drogas, tabaco e alimentação industrializada comprometem a absorção e o aporte de nutrientes oferecidos a esse órgão pela alimentação pobre em nutrição e rica em calorias. “Manter uma alimentação com comida de verdade, ‘descascar mais e desembalar menos’, fará toda a diferença na saúde do seu corpo: cabelos, pele e unhas são os primeiros a darem sinal quando algo não está bem em caso de desnutrição - mesmo a pessoas estando acima do peso”, afirma.
O que comer
Lentilha, feijão e aveia são boas fontes de zinco e ferro. Ovo, carne branca, quinua são boas fontes de proteína (estrutura do fio). Cenoura, abóbora moranga são fontes de betacaroteno e vitaminas para a vitalidade e crescimento do cabelo. Oleaginosas (castanhas e avelãs) são fontes de vitamina E e zinco, essenciais para a formação do fio capilar. Silício ajuda no brilho e resistência dos cabelos e está mais presente em frutos do mar (ostras). Frutas, verduras e legumes em geral são boas fontes de vitaminas do complexo B e minerais. “Logo, o hábito alimentar, a frequência de ingestão e a qualidade do alimento serão responsáveis por uma boa nutrição do fio e saúde em geral”, finaliza.
Serviço
Amanda Oliveira
Nutricionista esportiva
e clinica funcional.
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Escrito por Amanda Oliveira, no dia 29/07/2019
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