De 10 a 17 de outubro, os amigos lafaietenses e pescadores inveterados, Marco Aurélio Rossine, Marcos Candiam, Diogo da CHB e Múcio Túlio estarão, nada mais, nada menos, que no interior do Parque Indigena do Xingu, criado nos anos 60 pelos irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas Boas. O local corta todo o Centro-Oeste do Brasil e reúne cerca de 5,5 mil índios de várias etnias. O grupo de Lafaiete vai viajar de Belo Horizonte para Cuiabá e depois para Sinop, no Norte do Mato Grosso. De lá seguirão num aviãozinho para o parque, onde ficarão hospedados em ocas tradicionais, consumindo alimento dos índios e tomando banho de rio. Além da pescaria esportiva, o pacote inclui visitas a outras aldeias e incursões na floresta para acompanhar os índios na pesca e também na caça.
Segundo afirmou Marco Aurélio, o Korei, o consumo de bebida alcóolica é proibido no período, só sendo permitido o consumo de água, refrigerantes e bebidas preparadas pelos próprios índios. A princípio, esse tipo de pescaria era permitido somente para aventureiros de outros países, mas, recentemente, os índios abriram pacotes para os brasileiros. Entre os rios a serem explorados, estão o Xingu, Suiá Miçu, Kurisevo, Ronuro e Maritsauá Miçu, além de lagos e braços de rios, praticamente nunca visitados por pescadores. A turma de Lafaiete vai se deparar com as grandes piraras, piraíbas, jaus, cachorras, bicudas, corvinas e os grandes tucunarés da região. Assim que retornarem a Lafaiete, Rossine e seus amigos devem contar tudo num diário, que será escrito e registrado durante todo o período e permanência deles no parque indígena.
Conheça o Parque Indígena do Xingu
arque Nacional Indígena do Xingu) foi criado em 1961 pelo então presidente brasileiro Jânio Quadros, tendo sido a primeira terra indígena homologada pelo governo federal. Seus principais idealizadores foram os irmãos Villas-Bôas, mas quem redigiu o projeto foi o antropólogo e então funcionário do Serviço de Proteção ao Índio, Darcy Ribeiro.
A área do parque, que conta com mais de 27.000 quilômetros quadrados (aproximadamente 2.800.000 hectares, (área quase igual á area do estado de Alagoas) incluindo as terras indígenas Batovi e Wawi), está situado ao norte do estado de Mato Grosso, numa zona de transição florística entre o Planalto Central e a Floresta Amazônica. A região, toda ela plana, onde predominam as matas altas entremeadas de cerrados e campos, é cortada pelos formadores do Rio Xingu, e pelos seus primeiros afluentes da direita e da esquerda. Os cursos formadores são os rios Kuluene, Tanguro, Kurisevo e Ronuro - o Kuluene assume o nome de Xingu a partir da desembocadura do Ronuro, no local conhecido pelos indígenas como Mÿrená (Morená). Os afluentes são os rios Suiá Miçu, Maritsauá Miçu, Auaiá Miçu, Uaiá Miçu e o Jarina, próximo da cachoeira de Von Martius.
Atualmente, vivem, na área do Xingu, aproximadamente, 5.500 índios de quatorze etnias diferentes pertencentes aos quatro grandes troncos linguísticos indígenas do Brasil: caribe, aruaque, tupi e macro-jê. Centros de estudo, inclusive a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, consideram essa área como sendo o mais belo mosaico linguístico puro do país. As tribos que vivem na região são: cuicuros, calapalos, nauquás, matipus, icpengues (todos de tronco linguístico caribe), meinacos, uaurás, iaualapitis (tronco linguístico aruaque), auetis, camaiurás, jurunas, caiabis (tronco linguístico tupi), trumais (língua isolada), suiás (tronco linguístico macro-jê); já tendo ainda morado na área do parque os panarás (kreen-akarore), os menbengokrês (caiapós) e tapaiunas (beiço-de-pau). O Parque Nacional do Xingu foi posteriormente denominado Parque Indígena do Xingu, em 1961, Orlando Villas-Bôas foi nomeado seu administrador-geral. No exercício dessa função, pôde melhorar a assistência aos índios, garantir a preservação da fauna e da flora da região e reaparelhar os postos de assistência. Ainda como administrador do parque, Orlando Villas-Bôas favoreceu a realização de estudos de etnologia, etnografia e linguística a pesquisadores não apenas nacionais como de universidades estrangeiras. Autorizando, ainda, a filmagem documentária da vida dos índios, deu margem a um valioso acervo audiovisual.
P. de Souza
Repórter
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Escrito por Pesca, no dia 13/10/2018