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Só em 2023, Lafaiete já registrou 317 casos de violência contra a mulher

A cidade também responde sozinha por metade dos feminicídios ocorridos nos últimos quatro anos



Foto: divulgação

 

O 8º mês do ano foi dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher através da campanha Agosto Lilás, mas os dados extraídos do Armazém SIDS – Sistema Integrado de Defesa Social – mostram que Lafaiete e região ainda têm muito o que evoluir para se tornarem um lugar seguro. Até o dia 20 de agosto, a cidade já tinha registrado 317 casos desse tipo de violência. Eles se somam aos 599 ocorridos em 2022, aos 637 de 2021 e aos 639 de 2020. Ampliando a pesquisa para toda área do 31º Batalhão de Polícia Militar (BPM), foram 1579 em 2020; 1676 em 2021; 1551 em 2022 e 934 registros até o dia 20 de agosto de 2023.

Os mais comuns são ameaça, lesão corporal, vias de fato/agressão e dano, mas também houve situações em que a violência atingiu o seu ápice. Só na região do 31º BPM ocorrem três feminicídios em 2020, dois em 2021, dois em 2022 e 1 em 2023 (até 20 de agosto). Dessas oito mortes, a metade aconteceu em Lafaiete, sendo duas em 2020, uma em 2021 e uma em 2023.

Mas o que é consideradoviolência contra a mulher?

Conforme a Lei 11.340/2006, conhecida como “Lei Maria da Penha”, a violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. Seja no âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

E se o ‘lar’ é o lugar onde essa violência também habita, a família pode desempenhar um papel fundamental em seu combate, oferecendo apoio emocional à vítima, ouvindo-a sem julgamentos e encorajando-a a buscar ajuda profissional. “A família também pode ajudar a criar um ambiente seguro e acolhedor, onde a violência não seja tolerada”, explica.

Ainda segundo o 31º Batalhão de Polícia Militar (BPM), para terceiros, em alguns casos, pode não ser simples identificar a violência doméstica, até porque muitas vítimas preferem esconder, seja por medo, vergonha ou até mesmo por dependência emocional do agressor. Porém, é importante tentar observar alguns sinais de alerta: “São comuns lesões físicas frequentes e sem explicações plausíveis, mudanças bruscas de comportamento, isolamento social, ansiedade ou depressão. Lembrando sempre que pedir ajuda é fundamental para sair de um relacionamento abusivo”, acrescenta.

Como denunciar

Para romper esse ciclo, é fundamental agir rapidamente para garantir a segurança da vítima. Conforme orienta o BPM, a primeira medida a ser tomada é buscar ajuda imediata ligando para a polícia, serviços de emergência, de apoio e proteção que são preparados para lidar com situações de violência e podem oferecer proteção e orientação adequadas.

“A denúncia pode ser feita através de diversos canais. Os principais são 190, para atendimentos de emergência, o número 180, que oferece atendimento especializado e direciona as vítimas para os serviços adequados em cada região. Além disso, é possível procurar delegacias especializadas ou centros de assistência social, CRAS, para denunciar a violência”, pontua.

E para romper de vez com esse ciclo tão letal, deve haver uma mudança de mentalidade por parte da sociedade: “É essencial promover a conscientização e a educação sobre igualdade de gênero, respeito mútuo e comunicação saudável nos relacionamentos. É importante encorajar o diálogo aberto e honesto entre os membros da família, buscando resolver conflitos de maneira pacífica”, conclui.




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Postado por Nathália Coelho, no dia 22/09/2023 - 10:20


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