Os prejuízos com a falta de representação política de Lafaiete são incalculáveis
Ainda de ressaca pela derrota acachapante nas urnas, a cidade tenta fazer as contas para dimensionar o tamanho do prejuízo que a falta de representatividade na Câmara Federal – e agora, até na Assembleia Legislativa – vai nos trazer. Sem um legislador para representar seus interesses, Lafaiete deve amargar mais quatro anos de pires na mão, mendigando migalhas insuficientes para atender às demandas de um município com arrecadação pífia e desafios gigantescos. Entre os analistas, há quem estime um prejuízo que pode beirar R$1 bilhão.
É o que alerta o empresário e vice-presidente do Projeto Voto Ético (Prove), Kennedy Neiva. Conforme situa, o estrago na estrutura do município deve ser sentido a médio e longo prazos: “Fazendo uma analogia, Lafaiete demorou 12 anos a ter um deputado estadual. Foi preciso criar uma musculatura eleitoral, sustentabilidade com votos para que surgisse a possibilidade de eleição de um deputado federal. E ao fim desse processo, o candidato não foi eleito. Então, precisamos entender que a nossa cidade vai precisar de, no mínimo, outros 12 anos para poder se estruturar, porque o capital político adquirido por esse candidato pode se perder ao longo dos anos”, detalha.
No correr desses 12 anos os números vão se mostrando assustadores: “Um deputado federal tem cerca de R$ 60 milhões em emendas impositivas. Um estadual, entre R$10milhões e R$20 milhões. Multiplique isso por 12 e teremos números extremamente assustadores. Só de emendas impositivas já são R$ 840 milhões. E com as outras emendas que, ao longo do mandato, é possível conseguir para o município, você pode colocar, por baixo, um prejuízo na casa de R$ 1bilhão em investimentos durante 12 anos”, acrescenta.
Quando se fala de representatividade os danos parecem ser ainda piores: “Basta lembrar que foi o Glaycon quem conseguiu, para nós, o terreno onde está o distrito industrial, que vale entre R$30 e R$40 milhões. Este foi um bônus da representatividade: por termos um deputado estadual, conseguimos, junto ao governo do Estado de Minas Gerais, o poder desse terreno. E é um poder que perdemos no final do mandato do Glaycon.
Quem é que vai fazer por nós o que este deputado fez durante todo esse tempo que ele esteve na ALMG? Então o vácuo dessa ausência de poder vai trazer um prejuízo além deste financeiro de emendas, um prejuízo pela falta de representatividade que eu não consigo nem calcular o tamanho. Vida que segue”, lamenta Kennedy Neiva.
A esperança, segundo aponta o empresário, é que a população de Lafaiete realmente entenda esses números e interprete o resultado das urnas como uma lição: “Se alguém quiser contestar esses números, eu estou pronto para sentar e fazer as contas. Mas é assustador o tamanho do prejuízo que Lafaiete e região tiveram com a não eleição desse deputado. Culpa dos votos nulos e brancos. Culpa das pessoas que ainda votam em um candidato de fora porque ele é bonitinho, fala bem na internet, veio aqui e fez uma emenda parlamentar pequena. Este é o tamanho do prejuízo. Precisamos ter consciência. Nossa cidade não é uma cidade industrializada. Nós vivemos do comércio; somos uma cidade dormitório, vivemos de serviços. Precisamos ter representatividade para que a gente busque para a nossa cidade estruturas que garantam receitas para uma cidade de R$130 mil habitantes”, finaliza.
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Postado por Mariana Carvalho, no dia 16/10/2022 - 10:58