Expressões como arranca-rabo e briga sempre foram utilizadas como metáforas para ilustrar a disputa pelo voto, mas elas nunca foram tão fidedignas como agora. De maneira preocupante, a polarização política transformou o país em uma trincheira: de um lado, os que defendem a permanência de Bolsonaro. Do outro, os que desejam a volta de Lula. Mas a que preço?
Ações que antes já preocupavam, como brigas e desentendimentos em grupos de família e amigos, tornaram-se ‘café pequeno’ diante da violência a que assistimos. Amizades antigas se desfizeram e não é raro encontrar alguém que deixou de frequentar certos espaços para evitar a hostilidade. E por falar em hostilidade, a internet não é mais um tribunal, simplesmente porque não há mais julgamentos - apenas condenações. Basta que você não seja um seguidor declarado de um dos polos para que seja odiado pelo outro.
Na busca por tentar ver um lado bom em tudo isso, podíamos acenar para um maior interesse do brasileiro por política. Ledo engano: a maioria dos eleitores sequer se lembra em quem votou no último pleito – e com números ainda mais retumbantes quando se fala da Câmara ou Senado.
Não se discutem mais propostas, e sim, posicionamentos ideológicos que, muitas vezes, cabem apenas a cada núcleo familiar. Nessa tormenta, seguimos como nau sem rumo, ao sabor do vento, que pode ou não trazer uma mudança. Sem propostas que possam colocar comida na mesa de quem tem fome ou um registro novo na carteira de trabalho, a mudança que mais temíamos já aconteceu. Não é mais a paixão, e sim o ódio, que guia as escolhas políticas neste país.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 25/07/2022 - 11:11