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Amanda Oliveira


Gordura no fígado: Saiba a causa, como evitar e como tratar



A esteatose hepática caracteriza-se por um acúmulo de gordura nas células do fígado, trata-se de uma condição na qual ocorre depósito de gordura (triglicérides) no interior dos hepatócitos. É muito comum e pode ser dividida em alcoólica (quando há abuso na ingestão de bebida alcoólica) ou não alcoólica (quando não existe história de ingestão de álcool significativa). 

Nem sempre os sintomas de gordura no fígado aparecem e isso pode levar a falha hepática devido à inflamação e cicatrizes na superfície do órgão. 

Alguns fatores genéticos, erros alimentares, alterações bioquímicas (colesterol e triglicerídeo aumentados, resistência à insulina) e  características ambientais costumam predispor à gordura no fígado.

Os casos genéticos ainda são pouco conhecidos, mas acredita-se que tenham relação com os mesmos fenômenos genéticos que podem levar ao diabetes.

Dentre os fatores ambientais, pode-se destacar os hábitos alimentares, como uma dieta rica em gordura, o consumo excessivo e regular de álcool, o uso de alguns medicamentos (que, de acordo com a sua composição e ação, podem estimular o acúmulo de gordura no órgão) e até certas infecções, inclusive às associadas aos vírus das hepatites B e C.

A gordura no fígado tem cura e pode ser alcançada com o tratamento proposto pelo médico e nutricionista. Estima-se que essa cura possa ser alcançada em algumas semanas, porém dependerá da quantidade de gordura que a pessoa tem que eliminar, do grau de lesão dos hepatócitos e da disponibilidade de mudanças alimentares e estilo de vida como praticar atividade física, parar com o consumo de bebidas alcoólicas/ cigarro.

A gordura no fígado não alcóolica pode ser causada por hepatites virais, diabetes, resistência à insulina, sobrepeso ou obesidade, níveis elevados de colesterol ou triglicérides e drogas como corticoides, estrogênio. Há também as causas relacionadas a algumas cirurgias para obesidade (bariátrica), desnutrição ou rápida perda de peso - esses por levar a um estresse metabólico com acúmulo de gordura no fígado.

Sintomas

- Dor abdominal do lado direito;

- Barriga inchada;

- Fezes esbranquiçadas ou acinzentadas;

- Cansaço;

- Dor de cabeça;

- Enjôo;

- Vômito;

- Urina Escura;

- Cor amarelada nos olhos e na pele;

Diagnóstico pode ser encontrado através de ultrassons e exames de rotina

Tanto a esteatose como a esteato-hepatite não tem sintomas e com frequência são descobertas por uma ultrassonografia abdominal de rotina, ou na investigação de alteração de exames laboratoriais relativos ao fígado.  O médico pode suspeitar de esteatose hepática pela história clínica, exame físico do paciente, com detecção do fígado aumentado, ou por aumento da circunferência abdominal pelo acúmulo de gordura.

Alguns pacientes podem se queixar de fadiga e sensação de peso ou desconforto no abdômen superior direito, porém não há evidências que esses sintomas estejam relacionados somente ao acúmulo de gordura no fígado, pois pacientes com graus avançados de esteatose geralmente não apresentam nenhum sintoma.

A ultrassonografia costuma indicar o grau de esteatose hepática, sendo:

Grau 1 ou leve: quando há pequeno acúmulo de gordura
Grau 2: quando há um acúmulo moderado de gordura no fígado
Grau 3: quando ocorre grande acúmulo de gordura no fígado.
 

Alerta: Gordura no fígado pode virar hepatite, e consequentemente evoluir para cirrose

Esteatose inicial ou leve é quando existe uma pequena gordura no fígado, se essa gordura persistir por um tempo prolongado ou se houver um maior acúmulo de gordura, pode acarretar dano às células do fígado, com inflamação, que é denominada de esteato-hepatite. Ou seja, após vários anos de esteatose pode ocorrer uma "hepatite" pelo excesso de gordura. A esteato-hepatite é um quadro bem mais preocupante que a esteatose, pois pode evoluir para cirrose hepática em alguns casos, que é a complicação mais temida da esteatose hepática. 

Portanto, pacientes devem ficar atentos à ocorrência de inflamação. O grau de esteatose ao ultrassom não é proporcional à gravidade do quadro, o paciente pode ter esteatose grau 1 e ter muita lesão de hepatócitos ou ter grau 3 e não apresentar lesão nas enzimas hepáticas.

A presença de inflamação é mais importante do que a quantidade de gordura, sendo investigada através de exames de sangue para avaliação do fígado, que são as enzimas hepáticas (TGO e TGP ou AST e ALT) e outros marcadores de doença do fígado como a gama GT. A esteatose é a causa mais comum de elevação das enzimas do fígado em exames de sangue de rotina.

A esteatose e a esteato-hepatite são doenças reversíveis, desde que ainda não tenham provocado fibrose no fígado. A associação da esteatose hepática com hepatite B ou C, colestase, doenças metabólicas ou autoimunes pode facilitar a evolução para a cirrose. Por isso é muito importante a identificação da esteatose e tratamento adequado.

Atenção: Gordura no fígado não ocorre apenas em obesos e diabéticos. Apesar de ser mais comum nesses casos, o acúmulo de gordura no fígado pode afetar qualquer um que tenha maus hábitos alimentares, esteja acima do peso, apresente colesterol e Triglicerides aumentados, seja diabético descompensado, apresente resistência à insulina (RI- HOMA IR maior que 2,7) e não pratique exercícios físicos regularmente.

Tratamento

Geralmente a medida mais eficaz para controlar a esteatose é a perda de peso, uma redução de 7% no peso corporal pode trazer bons resultados. Para isso deve-se ter uma dieta hipocalórica, evitar frituras, gorduras e doces. Aumentar a ingestão de frutas, legumes, verduras e carnes magras. Porém, deve-se perder o peso de forma gradual, perdas muito rápidas podem agravar a esteatose. Pessoas com índice da massa corporal (IMC) normal não apresentam grandes benefícios com a perda de peso, pois a causa da esteatose (neste caso) não é o excesso de peso, logo pessoas magras podem ter o diagnóstico de gordura no fígado. É preciso avaliar mais a fundo quais as causas em cada situação e em casos de doentes com obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica pode ser uma opção.

Dentre as orientações nutricionais

  • Siga a dieta recomendada;
  • Pratique exercícios físicos com regularidade;
  • Não consuma bebidas alcoólicas, principalmente durante o tratamento;
  • Não fume;
  • Descasque mais e desembale menos;
  • Cuide da saúde do seu intestino, pois a comunicação com o fígado é direta;
  • Trate a disbiose intestinal;
  • Consuma mais grãos integrais (aveia, linhaça, chia);
  • O (A) nutricionista pode introduzir na rotina do paciente prebióticos (Biomassa de Banana Verde, Kombucha, Kefir, Batata Yakon), probióticos, alimentos antioxidante (Ex: cacau, canela, chás, suco detox) e anti inflamatórios (Ex: ômega 3, própolis, açafrão da terra).
     

 

 

 



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Escrito por Amanda Oliveira, no dia 22/04/2020

Amanda Oliveira


Nutricionista esportiva e clinica funcional

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