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Educação


Professoras infelizes



O que vou tratar agora será dedicado às professoras. Elas vivem uma situação real e prática: estão infelizes. Principalmente aquelas da educação infantil nas escolas públicas de Minas Gerais e, quiçá, nas outras regiões brasileiras. De férias, mas infelizes. Você sabe por quê?
Aquelas contratadas que trabalham na rede pública de ensino estão aguardando o processo de designação com medo e muito desespero. Elas não têm sossego e nem descanso mental. Muitas, só com graduação em Pedagogia, têm pouca chance de trabalhar em escolas particulares. As que estão empregadas em escolas particulares são privilegiadas, mas essa ainda não é razão suficiente para se sentirem seguras e estabilizadas. Portanto, há uma insegurança quase geral na realidade trabalhista da educação escolar na região.
Muitas professoras não vão conseguir vaga para trabalhar em 2020. Essa expectativa aumenta o estresse e gera uma infelicidade que se expressa de várias formas emocionais: frustração e angústia, depressão e ansiedade, desmotivação e descrença. Essa é a ponta do problema, pois o desgaste emocional tem gerado graves somatizações diagnosticadas em câncer, síndromes do pânico, síndrome de burnout e fobias. Essa é a realidade que passou a fazer parte da vida de muitas professoras do Alto Paraopeba.
O problema real da infelicidade das professoras materializados em doenças diagnosticadas nos últimos anos precisa ser olhado com carinho e cuidado pela sociedade no seu conjunto e elas têm de ser ajudadas. Não sei se querem ser ajudadas, mas precisam saber que estão diante de problemas que afetam a saúde psicológica e física de todas elas.
Estatísticas recentes, publicadas pelo Jornal CORREIO, retratam uma realidade muito triste sobre doenças que estão acometendo, os professores. A maioria é composta de mulheres, profissionais da educação infantil. Várias delas têm entre 30 e 40 anos. Muitas adquiriram distúrbios de vários matizes e descobriram que estão com sérios problemas hormonais. Estão entrando em depressão. Não são poucas as que tiveram de ser desviadas de função, ou licenciadas. Existem, ainda, aquelas que se desligaram das atividades por tempo indeterminado e estão vivendo de perícias médicas e medicamentos pesados.
Para você ter ideia da situação, neste momento, as professoras não estão se divertindo nas férias. Estão sofrendo férias. O Whatsapp é prova disso. Participo de um grupo e estou sentindo a angústia delas. Dá para sentir uma energia muito tensa, angustiante por causa da falta de segurança e certeza se vão ter emprego em 2020. Estão sob pressão e estresse das vagas, das (des)orientações da resolução e dos documentos solicitados como, por exemplo, a comprovação de endereço. Inevitavelmente, toda essa carga de estresse impacta de forma desastrosa e negativa sobre a autoestima e a espiritualidade, sobre o moral e a sexualidade femininas. A saúde dessas profissionais está em risco. E ninguém faz nada?
Estes problemas todos precisam ser discutidos e tratados com muita atenção e cuidado especiais pelas autoridades políticas e médicas. Mas isso não está ocorrendo, só vemos cobranças caindo nas costas dos professores. Espero que a sociedade não feche os olhos mais uma vez para a nossa categoria. Dá muita angústia ficar sabendo de muitos desmandos e poucos resultados práticos para os problemas descritos. Daqui, fico mentalizando energias positivas para os professores terem forças e encararem bravamente este momento.
Tenho imensa gratidão por tudo que as professoras dos meus filhos fizeram por eles e pela dedicação que vejo em muitas profissionais. O processo de letramento e alfabetização é uma mágica e um milagre. O trabalho de formação das crianças é uma tarefa árdua. Todas as profissionais que fazem esses processos merecem nossa atenção e nosso cuidado.
O que você acha que eles poderiam fazer para humanizar seu processo de trabalho e se realizarem da mesma forma como fazem por nossos filhos e parentes? Força, colegas!



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Escrito por Educação, no dia 02/02/2020




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