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Pesca


Reativação da hidrovia do São Francisco é possível, viável e pode salvar o Velho Chico



Coordenada pelo deputado Paulo Guedes (PT-RS), a Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco foi instalada na manhã de terça-feira, dia 12, na Câmara dos Deputados. O dia de debates sobre o rio da integração nacional também teve, na parte da tarde, uma audiência pública da Comissão de Viação e Transportes, que discutiu a viabilidade da reativação da hidrovia do São Francisco, também requerida pelo deputado petista. Os participantes não apenas confirmaram a possibilidade de retomada do transporte hidroviário pelo rio como também enfatizaram inúmeros benefícios para o desenvolvimento das regiões banhadas pelo Velho Chico, nos diversos as­pectos econômicos, sociais e ambientais.
Para o autor do requerimento, deputado Pau­lo Guedes (PT-RS), a Hidrovia do São Fran­cisco é a via mais econômica de ligação entre o Centro-Sul e o Nordeste do país, e o trecho está em condições de navegabilidade, dependendo apenas de alguns investimentos em infraestrutura e ações de desassoreamento, que podem contribuir, inclusive, para a tão necessária revitalização do rio.
“Estudos comprovam uma demanda repri­mi­da de mais de 2 milhões de toneladas de car­ga vocacionada para a hidrovia do São Fran­cis­co - car­ga perene, além da demanda para o trans­por­te de passageiros. Também existe comprovação técnica de que a manutenção de uma hidrovia é menor que de uma rodovia: um km de rodovia custa dez vezes mais do que um km de hidrovia. Em resumo, poderemos ter, com a hi­drovia, um transporte mais barato, resolvendo uma demanda de carga já existente”, disse Paulo Guedes.
A diretora de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Karoline Lemos, que representou o ministro da Infraestrutura, ressaltou que o Rio são Francisco se destaca entre os principais corredores hidroviários do país. "Hoje temos um transporte comercial de cargas pouco expressivo devido à seca histórica, à baixa profundidade nos períodos de estiagem e à falta de quantidade adequada de terminais hidroviários”. Segundo ela, estudos de viabilidade realizados pelo DNIT e pela Codevasf mos­tram que, com algumas intervenções na recuperação das condições do rio e na estrutura de logística, é possível a retomada do transporte hidroviário pelo São Francisco.
O coordenador-geral da Administração Hi­droviária do São Francisco AHSFRA/DNIT, Hadson Tolentino, ressaltou que a hidrovia do São Francisco é viável, especialmente pelo as­pecto econômico. Segundo ele, a falta de in­ves­timentos nesse modal tão importante se de­ve ao desconhecimento, já que é um transporte pouco discutido no Brasil.
O superintendente de Regulação Substituto da Agência Nacional de Transportes Aquaviá­rios (ANTAQ), Sérgio Augusto Nogueira, destacou que a hidrovia tem aspectos significativos para a economia do país. “Essa é uma iniciativa que deve ser apoiada e incentivada para que o Brasil consiga fazer o transporte de cargas e de passageiros com eficiência, trazendo economia para a região e retornos para a sociedade em diversos aspectos”, disse.
O diretor de Planejamento da Empresa de Planejamento e Logística – EPL, Rafael Benini, apresentou um estudo de viabilidade realizado pela estatal. Segundo ele, entre os investimentos que precisam ser feitos estão instalações portuárias nas cidades de Pirapora, Januária e Itacarambi, em Minas Gerais; Carinhanha, Bom Jesus da Lapa, Barra, Xique Xique e Juazeiro, na Bahia; Petrolina, em Pernambuco; Propriá, em Sergipe; e Penedo, em Alagoas.
Kênia Marcelino, representante da Com­panhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf, lembrou que o Brasil transporta 7% da produção de grãos por meio de hidrovias e 66% em caminhões. Nos Estados Unidos, o transporte por hidrovias chega a 61%. Ela ressaltou, ainda, a possibilidade da redução dos custos de frete, o que diminui o custo final do produto e gera maior competitividade no mercado.

P. de Souza
Repórter e pescador



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Escrito por Pesca, no dia 23/11/2019




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